China se opõe a levar Pyongyang ao TPI por relatório de direitos humanos

  • Por Agencia EFE
  • 18/02/2014 09h42
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Pequim, 18 fev (EFE).- O governo chinês manifestou nesta terça-feira sua recusa a levar a Coreia do Norte ao Tribunal Penal Internacional (TPI) por causa do relatório da Comissão de Investigação da ONU que denuncia o regime de Pyongyang por crimes contra a humanidade.

“Transformar uma situação de direitos humanos em uma questão política não ajuda a melhorar a situação”, disse hoje em entrevista coletiva a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinesa Hua Chunying, um dia depois que o relatório da ONU foi publicado.

No documento as autoridades norte-coreanas são acusadas de, entre outros crimes contra a Humanidade, de “extermínio, assassinato, escravidão, tortura, encarceramentos prolongados, violência sexual, abortos forçados, privação de alimentos, deslocamento forçado de populações e perseguição por motivos políticos, religiosos, racionais ou de gênero”.

Ativistas de direitos humanos acusam Pequim de colaborar indiretamente com esses crimes por sua política de repatriação forçada dos milhares de norte-coreanos que se refugiam na China fugindo da repressão de seu país, o que a porta-voz oficial negou hoje.

“Tratamos apropriadamente dessa questão, de acordo com a lei internacional e com considerações humanitárias”, disse Hua, que especificou que China “não considera essa gente refugiados, mas pessoas que ultrapassam ilegalmente a fronteira”.

Quando o relatório foi publicado, o presidente da Comissão de Investigação, Michael Kirby, fez uma convocação para apresentar o caso ao TPI, mas, como a Coreia do Norte não é país signatário do Estatuto de Roma, este tribunal não poderia iniciar uma investigação sem o apoio unânime do Conselho de Segurança da ONU.

A possibilidade parece pouco factível devido ao previsível veto da China, membro permanente do Conselho de Segurança.

A porta-voz chinesa disse que os temores a um veto chinês são apenas uma “suposição” e evitou fazer mais comentários a respeito. EFE

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