China suspenderá parte dos intercâmbios bilaterais com o Vietnã

  • Por Agencia EFE
  • 18/05/2014 07h54

Pequim, 18 mai (EFE).- A China suspenderá parte de seus intercâmbios bilaterais com o Vietnã em resposta aos violentos protestos contra os cidadãos e empresas da República Popular registradas nos últimos dias.

Em comunicado, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Hong Lei, assegurou que a “violência sabotou o ambiente e as condições para a comunicação e cooperação bilateral”.

O Ministério não especificou a área de cooperação que será afetada e nem a partir de quando serão suspensos os intercâmbios.

A China anunciou hoje a evacuação de mais de três mil concidadãos do Vietnã após vários dias de protestos que causaram a morte de dois cidadãos chineses e ferimentos em mais de uma centena, distúrbios que hoje diminuíram devido ao forte desdobramento policial nas principais cidades vietnamitas.

Entre os evacuados, segundo o Ministério, há 16 feridos “em estado crítico”, enquanto cinco embarcações a mais zarparam hoje desde as costas do sul da China para repatriar mais cidadãos que seguem no Vietnã.

O porta-voz chinês indicou, além disso, que o governo elevou o nível de alerta de segurança para os turistas chineses e advertiu seus cidadãos para que não viajem para Vietnã.

A relação entre ambos países, tensa há várias décadas, poderia desembocar em um maior conflito diplomático depois que a China revelou sua “insatisfação” por como as autoridades vietnamitas responderam aos violentos incidentes.

“A China também está considerando adotar mais e novas medidas dependendo de como se desenvolvam os fatos”, assinalou hoje Hong ao respeito.

Milhares de vietnamitas se manifestaram há uma semana por causa da instalação de uma plataforma petrolífera da companhia estatal chinesa CNOOC nas ilhas Paracel, águas do Mar da China Meridional que ambos países disputam.

A plataforma estava situada originariamente em águas ao sul de Hong Kong, mas foi transferida às proximidades das disputadas Paracel (que os chineses denominam Xisha) em 2 de maio, o que foi considerado como uma ação “ilegal” por Hanói.

A violência se iniciou na terça-feira em várias áreas industriais com forte presença de empresas chinesas nos arredores de Ho Chi Minh.

Uma multidão atacou centenas de empresas e calcinou pelo menos 15 fábricas, mas os incidentes mais violentos ocorreram na madrugada da quinta-feira na província de Ha Tinh, na região central.

Os ataques afetaram também empresas procedentes de Taiwan, cujo governo também começou a evacuar desde quinta-feira milhares de seus cidadãos, e da Coreia do Sul.

A China mantém crescentes tensões territoriais com países vizinhos, especialmente com o Japão, Filipinas e Vietnã, por ilhas e águas nos Mares da China Meridional e Oriental, ricas em recursos pesqueiros e energéticos. EFE

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