Choques entre soldados da UNAMID e desconhecidos deixa pelo menos 4 mortos

Cartum, 24 abr (EFE).- Pelo menos quatro homens armados morreram e seis soldados da missão pacificadora mista da União Africana e a ONU (UNAMID, por sua sigla em inglês) ficaram feridos em enfrentamentos entre ambos os grupos na província sudanesa de Darfur do Sul.

Segundo um comunicado emitido nesta sexta-feira pela UNAMID, os soldados desta missão fizeram frente a dois ataques realizados por um grupo de homens armados que ocorreram na cidade de Kas.

O primeiro atentado, explicou o texto, ocorreu ontem, quando um grupo de homens armados montados a cavalo disparou contra 40 boinas azuis nigerianos que estavam vigiando poços de água.

Depois, as forças da UNAMID dispararam contra este grupo e mataram quatro deles, enquanto dois boinas azuis ficaram feridos.

Essa missão entregou os corpos à polícia sudanesa, acrescentou o comunicado.

O segundo ataque, ocorrido na manhã desta sexta-feira, foi perpetrado contra uma patrulha da UNAMID procedente de Niyala, capital de Darfur do Sul, o que deixou quatro pessoas da missão feridas.

“Insistiremos em fazer frente a estas agressões com toda a força e firmeza”, destacou o chefe da UNAMID, Abiodun Bashua, que pediu ao governo sudanês que investigue estes fatos o mais rápido possível.

Por outra vez, o líder do tribo de Al Zagaua, Un Kamlati Hanu, disse que estes homens armados pertenciam a seu grupo e que não queriam atacar os soldados da UNAMID, mas estavam perseguindo alguns ladrões.

Além disso, Hanu assegurou que a missão matou seis de seu clã e não quatro como apontou a UNAMID.

Este chefe tribal assinalou que muitos membros de sua tribo se congregaram perto da base da UNAMID para se vingar e pediu a rápida intervenção do governo sudanês para evitar uma piora da situação.

Em 8 de abril, o presidente do Sudão, Omar Hassan al Bashir, assegurou que a região sudanesa de Darfur já não necessita da UNAMID porque a rebelião insurgente está chegando a seu fim.

Darfur, localizada no oeste do Sudão, é palco desde 2003 de um conflito entre movimentos rebeldes e o Exército sudanês que causou pelo menos 300 mil mortos e obrigou 2,7 milhões de pessoas a abandonar suas comunidades de origem, segundo dados da ONU. EFE