“Cidade da maconha” se rende à polícia após 5 dias de resistência armada

  • Por Agencia EFE
  • 19/06/2014 16h55
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Tirana, 19 jun (EFE).- A cidade rebelde de Lazarat, na Albânia, que durante anos abasteceu os mercados europeus de maconha e haxixe, se rendeu à polícia nesta quinta-feira após uma resistência armada que durou cinco dias.

Durante a operação, que teve a participação de 800 soldados e agentes especiais, foram confiscadas 13 toneladas de maconha e destruídas mais de 80 mil plantas, mas acredita-se que grandes quantidades da droga estão bem escondidas e ainda não foram encontradas.

Este volume se soma a outras grandes quantidades de maconha acumuladas no ano anterior, que foram queimadas pelos próprios traficantes para apagar provas que poderiam servir à Justiça para condená-los.

Foram detidas 13 pessoas, entre elas o líder, Razip Mahmutaj, conhecido como Gate Mahmutaj, e seu filho Vadam, de 19 anos.

Gate Mahmutaj, que já tinha sido condenado a 22 anos de prisão por tentar matar um policial, e absolvido por decreto presidencial, é acusado agora de formação de quadrilha, posse ilegal de armas e resistência armada à polícia, crimes que juntos somam os 20 anos de prisão.

Agora a polícia revista as casas de cerca de 200 pessoas com antecedentes criminais, suspeitos de terem organizado a resistência armada e que estariam escondidos dentro da cidade, fora do controle do Estado nas duas últimas décadas.

Hoje dois helicópteros sobrevoaram a área oeste da cidade.

Este grupo armado bloqueou o avanço da polícia disparando de dentro das casas morteiros, metralhadoras e granadas antitanque.

Um policial e três civis ficaram levemente feridos na operação policial mais importante dos últimos anos na Albânia.

Nas casas, pátios, armazéns e estábulos revistados, os agentes encontraram grande quantidade de armamento e máquinas para prensar haxixe.

O primeiro-ministro albanês, o socialista Edi Galho, considerou Lazarat uma “fortaleza” de seu antecessor, o conservador Sali Berisha, que dirigiu o país por oito anos (2005-2013), e acusou os narcotraficantes de haver tecido vínculos com o governo anterior.

“Lazarat caiu, mas não o braço política da organização criminal”, representada por Sali Berisha, afirmou hoje o deputado socialista Erion Brace.

Berisha negou as acusações e rotulou a ação da polícia de “show para a imprensa”.

Segundo relatórios da polícia da Itália, Lazarat produz 900 toneladas de maconha por ano, com um valor comercial de 4,5 bilhões de euros, o equivalente à metade do PIB albanês.

A Albânia espera receber o status de país candidato à União Europeia na semana que vem e a ação antidrogas em Lazarat pretende ser uma demonstração para Bruxelas de seu compromisso na luta contra o crime organizado. EFE

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