Cientista dos EUA criam modelo capaz de prever efeitos de furacões em praias

  • Por Agencia EFE
  • 24/02/2014 17h44

Miami (EUA.), 24 fev (EFE).- Cientistas da Universidade da Flórida (UFA) projetaram um modelo em computador que pode servir para prever efeitos de furacões nas praias e compreender o aumento do nível do mar, o que “pode gerar uma economia de milhões de dólares”.

O modelo desenvolvido pelos cientistas da UFA, localizada em Gainesville, “pode ajudar a melhorar a compreensão a longo prazo dos efeitos de tempestades tropicais de categoria maior, o aumento do nível do mar e a restauração das praias”, assinalou a instituição acadêmica em comunicado.

Os cientistas empregaram uma base de dados sobre a erosão produzida na praia de Santa Rosa Island, na zona do Panhandle, no litoral noroeste da Flórida, após o impacto de tempestades e furacões.

O modelo, destacou a UFA, permitirá “prever as mudanças no habitat das praias nos próximos 90 anos” e pode ser de grande ajuda para os especialistas e responsáveis da “regeneração” do litoral e praias erosionadas pelas tempestades.

O estado da Flórida destinou US$ 37 milhões para a restauração de suas praias neste ano fiscal, que termina em 30 de junho, e atribuíram quase US$ 105 milhões nos últimos cinco anos para este fim, segundo o Departamento de Proteção do Meio Ambiente.

“Transferir grandes quantidades de areia às praias é custoso”, assinalou Rafael Muñoz-Carpena, professor da UFA de Engenharia Biológica e Agrícola, que destacou a importância de “preservar as praias pelos benefícios que isto tem para os seres humanos e a ecologia”.

Por isso, este modelo em computador permite descobrir “quanto tempo uma praia pode durar sob condições diferentes e variáveis”, apontou Greg Kiker, professor da mesma matéria e coautor do estudo. “Todo mundo sabe que a regeneração de uma praia não dura para sempre. Sofre a erosão”, disse.

Este modelo permitirá aos responsáveis no manejo e controle do estado do litoral avaliar a relação “despesa x benefícios” na restauração das praias e seu efeito sobre “os espécies vulneráveis, zonas residenciais adjacentes e instalações militares”, acrescentou Muñoz-Carpena.

Os pesquisadores da UFA utilizaram o arquivo de dados da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA) de 69 furacões nos passados 154 anos, na zona de Santa Rosa Island e em um raio de cem quilômetros.

As simulações por computador de 4 mil tempestades sugerem que, “sem restauração” do litoral, uma tempestade tropical ou um furacão, o aumento do nível do mar reduziria as praias de Santa Rosa em um 97% para 2100.

“Mas esta perda pode ser reduzida em 60%” com a restauração da areia perdida e a manutenção de um nível determinado desta.

Os autores do estudo esclareceram que não se trata de “pedir aos responsáveis do controle de costas a que transfiram areia nas praias, que geralmente procede do litoral, com uma frequência determinada”. EFE

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