Cientistas acham pistas sobre como hipocampo atua na fixação de lembranças

  • Por Agencia EFE
  • 27/07/2015 17h00

Madri, 27 jul (EFE).- Uma equipe internacional de cientistas descobriu como funcionam os neurônios durante a consolidação da memória, realizada no hipocampo do cérebro.

Segundo este trabalho, divulgado na revista “Nature Neuroscience”, os neurônios superficiais e profundos desta região operam de forma complementar, como duas camadas de processamento paralelas. Os resultados da pesquisa poderão ajudar a entender melhor doenças como epilepsia e Alzheimer.

A pesquisadora do Conselho Superior de Pesquisas Científicas da Espanha (CSIC), Liset Menéndez, que participou do estudo, explicou que os cientistas descobriram que os neurônios principais do hipocampo, uma das estruturas cerebrais responsáveis pela formação da memória, são menos uniformes do que se acreditava.

Estas adotam uma organização similar à do neocórtex, dividida em camadas superficiais e profundas.

O hipocampo é uma das principais regiões do cérebro, diretamente relacionada com o funcionamento da memória e com as emoções, e faz parte do sistema límbico, um conjunto de estruturas cerebrais que administram respostas fisiológicas primitivas.

De um ponto de vista funcional, o trabalho faz novos questionamentos sobre como são estruturados os traços de memória, ou seja, essas marcas que os estímulos deixam no sistema nervoso, e como são armazenadas essas lembranças.

“Ainda não sabemos se os neurônios superficiais e profundos projetam ou recebem informação de regiões cerebrais diferentes. Há algumas pistas, mas ainda precisamos de mais pesquisas”, afirmou Manuel Valero, pesquisador do CSIC.

Segundo os signatários do trabalho, esta nova visão da organização do hipocampo pode explicar algumas formas de resistência aos fármacos na epilepsia do lóbulo temporal, um tipo de epilepsia que afeta o hipocampo.

“Também precisamos entender o papel destas duas camadas hipocampais em doenças neurológicas que afetam o hipocampo, como a epilepsia e o Alzheimer”, disse o pesquisador Juan Aguilar.

“Jamais tínhamos pensado nesta possibilidade para entender a complexidade estrutural e funcional destas patologias; as novas vias de estudo que foram abertas são fascinantes”, acrescentou. EFE

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