Cientistas americanos revelam mistério dos “vampiros” poloneses
Varsóvia, 27 nov (EFE). – Cientistas americanos garantem que resolveram o mistério em torno das tumbas de “vampiros” do cemitério da cidade de Drawsko Pomorskie, na Polônia, onde em 2009 foram encontrados, pelo menos, seis corpos enterrados com uma foice sobre o pescoço e uma pedra na boca.
Uma equipe de arqueólogos e antropólogos da Universidade do Alabama do Sul, nos Estados Unidos, concluiu que os esqueletos são de vítimas de uma epidemia de cólera que castigou a região entre os séculos XVII e XVIII, explicou o estudo publicado na revista “Plos One” e divulgado nesta quinta-feira pela imprensa polonesa.
“A propagação de doenças como o cólera foi muito pouco divulgada no século XVII e isso fez as pessoas acreditarem que se tratava de vampiros. Dessa forma, os vizinhos dos falecidos deram uma explicação sobrenatural a uma doença que apareceu de forma desconhecida, e, por isso, achavam que os mortos podiam ter sido vítimas de vampirismo”, explica na publicação a antropóloga Lesley Gregoricka.
Pelo menos 66 corpos enterrados no antigo cemitério foram encontrados com as cabeças olhando na mesma direção, vários com foices de ferro colocadas envolta do pescoço e um com o corpo atado e pedras na garganta. Os especialistas da universidade acreditam que a foice na garganta serviria para poder cortar o pescoço do indivíduo caso ele tentasse voltar, e a pedra na boca fazia com que se engasgasse caso resolvesse respirar de novo ou atacar alguém.
“A colocação destes objetos têm a ver com a crença dos habitantes da região e serviriam de proteção caso os mortos voltassem à vida”, relata a antropóloga.
A revista “Plos One” explica em seu artigo que os cientistas pensavam inicialmente que os corpos eram pessoas alheias à comunidade local, embora tenha ficado demonstrado que se tratava de moradores de Drawsko Pomorskie.
“Isto nos surpreendeu, já que supúnhamos que estas pessoas tinham recebido um enterro com essas características por serem forasteiros, desconhecidos, embora resulte que eram membros da comunidade local”, destaca.
Para chegar a estes resultados a equipe da Universidade do Alabama do Sul analisou os molares de 60 indivíduos, incluindo os supostos vampiros, utilizando isótopos de estrôncio, e compararam os resultados com os mesmos isótopos de animais locais.
Os especialistas acreditam que estes estranhos rituais fúnebres podem fornecer muita informação sobre as práticas sociais e culturais das pessoas que viviam na zona e revelar quais eram as crenças na Europa Central sobre os vampiros. EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.