Cientistas argentinos descobrem como substituir as células do pâncreas

  • Por Agencia Brasil
  • 08/07/2014 16h13
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A equipe do Instituto de Ciencias Básicas e Medicina Experimental (Icbme) do Hospital Italiano de Buenos Aires, capital argentina, conseguiu transformar células da pele de pessoas diabéticas em outras similares às do pâncreas humano, uma técnica que permitirá em cinco anos suprir a falta de produção de insulina de maneira inócua e minimamente invasiva. A descoberta foi publicada na revista PloS One.

“A descoberta é um enorme passo na busca de solução para uma doença vascular, autoimune, que por seus efeitos provoca graves sequelas nos pacientes” disse à Télam Pablo Argibay, médico e integrante da equipe de pesquisadores.

A originalidade da proposta a nível mundial e que será patenteada na Argentina, é que o método empregado não modifica geneticamente as células transformadas e não utiliza celulas mãe, mas se baseia unicamente no uso de agentes químicos para realizar a transformação.

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“Nosso trabalho consiste em tomar pequenas biópsias da pele de pacientes diabéticos e, através da exposição a diferentes meios de cultivo e substâncias químicas, conseguimos obter células com a forma e a função das células pancreáticas”, explicou o médico.

Argibay explicou que uma vez transplantadas as células reprogramadas em ratos é possível prevenir a hiperglicemia em estágio inicial e produzir insulina humana. “Estamos felizes com a descoberta. Em poucos anos estaremos em condições de realizar a prática que será inócua, simples e não invasiva”, comemorou o cientista.

A intervenção será realizada mediante a extração de um pedaço de pele, o processamento das células da pele por meio de enzimas, a lavagem e a introdução delas em um meio de cultivo onde se duplicarão.

Uma vez modificadas geneticamente, o paciente deverá voltar ao hospital para que as células sejam introduzidas por meio de uma injeção e fazer controles periódicos para avaliar o funcionamento do pâncreas que agora produzirá insulina com as células do próprio paciente.

Argibay, que trabalha desde 1969 na busca de uma solução para a diabetes comemorou um passo adiante porque as mudanças “ não foram conquistadas recorrendo nem a vírus nem a fatores genéticos, mas a elementos químicos, o que torna o processo menos arriscado”.

Agora o trabalho dos cientista terá foco em seguir uma estrategia similar em pacientes com enfermidades psiquiátricas ou com problemas neurológicos, como a enfermidade de Parkinson, com o objetivo de obter neurônios por meio de células da pele e estudar mecanismos das enfermidades com estas células sem invadir o paciente.

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