Cientistas descobrem genes que descalcificam ossos no genoma de tubarão
Barcelona, 8 jan (EFE).- Pesquisadores espanhóis sequenciaram o genoma do tubarão elefante e encontraram genes que impedem a calcificação das cartilagens, o que pode abrir novas vias de estudo voltados à doenças ósseas como a osteoporose, publicou nesta quarta-feira a revista “Nature”.
O estudo foi liderado pelo Institute of Molecular and Cell Biology de Cingapura, apoiado pelo Instituto de Biologia Evolutiva da Universidade Pompeu Fabra de Barcelona.
A missão do instituto espanhol foi comparar o genoma do tubarão elefante, um peixe cartilaginoso, com o peixe zebra, que tem ossos calcificados.
O professor Tomás Marquès-Bonet, a importância da pesquisa está em ajudar a esclarecer “de qual é a base genética dos ossos calcificados, ou seja, o que os torna duros e resistentes”.
Na pesquisa, que durou dois anos e contou com a parceria de uma dúzia de instituições internacionais, os cientistas queriam descobrir quais são as mudanças genéticas que fazem com que alguns ossos sejam de cálcio e outros permaneçam em estado cartilaginoso, como é o caso do tubarão elefante, considerado o mais antigo vertebrado com mandíbula.
A equipe de Marquès-Bonet descobriu um pequeno grupo de genes que os tubarões não tinham em relação aos vertebrados ósseos, o que explica seus ossos permanecerem cartilagem em vez de calcificar.
“Apresentamos a primeira base genética da calcificação, o que abre a porta para novos conhecimentos para compreender e tratar doenças ósseas como a osteoporose, e para saber como se formam os ossos ou os depósitos de cálcio”, explicou Marquès-Bonet.
O investigador espanhol explicou que elegeram o tubarão elefante porque tem um genoma pequeno, aproximadamente um terço do humano.
O trabalho também constatou que o genoma do tubarão elefante tem a evolução mais lenta de todos os vertebrados, o que o coloca como referência para estudos comparativos destinados a melhorar a compressão do genoma humano.
“Este trabalho demonstra o poder da genética comparativa como ferramenta para entender os processos biológicos mais básicos”, afirmou o cientista. EFE
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