Cientistas detectam recuperação do volume de gelo marinho no Ártico em 2013
Londres, 20 jul (EFE).- O aumento do volume do gelo no mar do Ártico durante o outono de 2013 compensou as perdas registradas entre 2010 e 2012, publica nesta segunda-feira a revista “Nature”.
O estudo, desenvolvido por cientistas do University College London e da Universidade de Leeds, ambas no Reino Unido, estabelece que o aumento do volume de gelo marinho no outono de 2013 aconteceu após um “verão extraordinariamente frio”.
Esta circunstância, aponta a pesquisa, poderia indicar que o gelo no mar do Ártico é mais “resistente” do que anteriormente se pensava.
As provas visuais obtidas nos últimos anos através de satélites mostravam que a extensão do gelo marinho nesta região se reduziu 40% desde a década de 1970.
No entanto, os autores do estudo explicam que a medição da extensão do gelo marinho com satélites é “mais singela” que a medição de sua grossura, o que é necessário para calcular seu volume.
Além disso, uma redução na extensão do gelo marinho não se relaciona com a queda proporcional de seu volume, lembra a equipe de especialistas, liderada por Rachel Tilling, do Centro de Observação e Modelos Polares do Departamento de Ciências Terrestres da University College London.
Partindo desta premissa, os pesquisadores analisaram dados requestados pela missão “CryoSat-2” da Agência Espacial Europeia (ESA) para estudar as mudanças acontecidas na grossura do gelo marinho do hemisfério norte entre 2010 e 2014.
Os especialistas detectaram “variações significativas” no volume de gelo marinho no Ártico durante o outono, com uma queda de 14% entre 2010 e 2012, apesar de ocorrerem “aumentos substanciais” desde então.
Concretamente, o volume total de gelo marinho cresceu 41% durante o outono de 2013, um número mais alto que a média registrada durante os cinco anos até o outono de 2014.
Em consequência, os autores concluem que o verão de 2013, “extraordinariamente frio” ao alcançar temperaturas similares às de finais da década de 1990, desempenhou um papel-chave no citado aumento do volume de gelo marinho.
Neste contexto, o degelo no Ártico durante essa data se limitou a uma zona situada ao nordeste da Groenlândia. EFE
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