Cientistas elaboram mapa completo de asteroides entre Marte e Júpiter
Paris, 29 jan (EFE).- Uma equipe de pesquisadores franco-americanos elaborou um mapa completo da localização dos asteroides que ficam no cinto principal do sistema solar, entre Marte e Júpiter, informou o Observatório de Paris nesta quarta-feira.
O trabalho, que sairá amanhã na próxima edição da revista científica “Nature”, corrobora as teorias mais recentes sobre a formação do sistema solar, que defendem que todos os elementos que o compõem se deslocaram ao longo da história, embora algumas das observações ainda não possam ser explicadas.
Os asteroides, pequenos fragmentos de rocha e pó, são elementos que fornecem muita informação sobre a formação do sistema solar, por serem restos pouco evoluídos da nebulosa primitiva de 4,5 bilhões de anos, lembraram os dois autores do estudo.
Desde nos anos 80, a comunidade científica internacional defendia que a estrutura do sistema solar era estática, ou seja, que os corpos permaneciam na zona onde se formaram, de modo que se podia distinguir entre os mais evoluídos e próximos do Sol e os mais primitivos e afastados.
No entanto, esta teoria começou a evoluir a partir de 2000, quando foram detectadas exceções como os asteroides formados em um entorno frio e que estavam afastados do sol, e vice-versa.
Além de traçar o mapa, os astrônomos Benoît Carry, do Observatório de Paris, e Francesca DeMeo, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), determinaram a composição de cem mil asteroides de mais de cinco quilômetros de diâmetro, a partir de registros fotográficos, e os classificaram em função de seu tamanho e sua posição no sistema solar.
Com estes dados, concluíram que a teoria tradicional continua sendo válida para os asteroides de mais de 50 quilômetros de diâmetro já que, nestes casos, os mais afastados do Sol são também os mais primitivos.
Por outro lado, nos menores, especialmente aqueles com um diâmetro entre 5 e 20 quilômetros, acontece o contrário e se encontram perto de Marte asteroides mais frios, que habitualmente ficam além da órbita de Júpiter.
Estas observações se ajustam em parte aos últimos modelos teóricos sobre a história do sistema solar, que já assumem que todos seus elementos se movimentaram, incluindo os planetas, e que os asteroides se formaram a diversas distâncias do sol antes de se concentrarem no cinto principal, o que explicaria a grande diversidade.
No entanto, alguns dos detalhes mostrados na nova cartografia, como a presença de corpos frios perto de Marte, ainda não se explicam com as novas teorias. EFE
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