Cientistas espanhóis buscam financiamento para vacina contra chicungunha

  • Por Agencia EFE
  • 26/08/2015 12h38
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Madri, 26 ago (EFE).- Pesquisadores do Conselho Superior de Pesquisas Científicas da Espanha (CSIC), que desenvolveram uma vacina contra o vírus do chicungunha, doença originária de países tropicais e transmitida pelo mosquito tigre, buscam financiamento para realizar testes clínicos.

Em declarações à Agência Efe, o professor do CSIC, Mariano Esteban, destacou que o vírus do chicungunha está se estendendo por todo o planeta.

Após o primeiro caso autóctone ser detectado em julho na Espanha, Esteban indicou que “parecia estranho que não houvesse nenhum caso de infecção” no país, já que o vetor que transmite o vírus, o Aedes albopictus, conhecido como mosquito tigre, está presente na bacia Mediterrânea há aproximadamente dez anos.

Por isso, apontou, as autoridades de saúde espanholas estão em alerta para evitar a expansão da espécie.

No Centro de Biotecnologia do CSIC foi desenvolvido um protótipo de vacina que foi testado com sucesso em animais – ratos e macacos – e que protege contra a infecção, e que agora avançarão para a fase de testes clínicos em seres humanos, precisou Esteban.

O professor disse que pensavam em desenvolver estes ensaio clínicos no Brasil ou na Colômbia, embora, após o primeiro caso autóctone ser detectado na Espanha, avaliarem a possibilidade de falar com as autoridades sanitárias para realizar estes testes neste país.

“Estamos preparados. Já temos o protótipo desenvolvido no Centro Nacional de Biotecnologia. Agora se trata de conseguir financiamento para poder iniciar a fase clínica”, recalcou o cientista.

A vacina seria uma injeção intramuscular que imuniza contra o vírus do chicungunha, que apresenta sintomas parecidos com os da malária e da dengue, como febre alta, fortes dores nas articulações, musculares, de cabeça, náuseas e erupções cutâneas.

Os sintomas se desenvolvem entre três dias e uma semana, mas o problema é que este quadro clínico impossibilita os doentes de trabalhar, e as alterações secundárias em consequência da infecção – inflamação contínua com dor articular no tronco e nas extremidades – podem se tornar crônicas.

O vírus do chicungunha foi batizado com uma palavra tanzaniana que significa “homem dobrado”, já que a pessoa que contrai a doença se deforma e fica contorcida em consequência das dores e da inflamação.

Até agora, na Europa haviam surgido casos de pessoas que chegavam infectadas pelo vírus do chicungunha de outros países, mas atualmente o problema está na presença do mosquito já infectado na Espanha.

O pesquisador destacou a necessidade de contar com financiamento para realizar os ensaios clínicos, já que a vacina já foi desenvolvida no Centro Nacional de Biotecnologia do CSIC.

“Desenvolvemos um patente com o CSIC sobre a vacina. Estamos colaborando também em nível internacional com os melhores grupos e temos toda a capacidade para lançar um programa rápido, porque isto é uma emergência”, ressaltou. EFE

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