Cientistas espanhóis descobrem possível via para conter o câncer de fígado
Logroño (Espanha), 30 jul (EFE).- Uma pesquisa realizada na Espanha com ratos constatou que a administração de um fármaco empregado na luta contra o HIV, “Maraviroc”, previne o desenvolvimento de lesões hepáticas e do câncer de fígado, por isso que abre a via para possíveis tratamentos frente a este tipo de tumor.
Este é um dos resultados de uma pesquisa apresentada nesta quarta-feira e que foi desenvolvida por um grupo de especialistas em Oncologia e Doenças Infecciosas do Hospital São Pedro de Logroño, em La Rioja (norte) e do Centro de Pesquisa Biomédica dessa mesma região espanhola.
José Antonio Oteo, chefe do Grupo da Área de Doenças Infecciosas de dito hospital, detalhou que mediante este estudo, publicado nas revistas “PLOS ONE” e “Journal of Antimicrobial Chemotherapy”, também comprovaram em ratos que o mesmo fármaco é eficaz na prevenção da esteatose hepática, uma das lesões que podem acabar em cirrose ou câncer de fígado.
Oteo indicou que, uma vez finalizada esta pesquisa com ratos, seu desejo é que em 2015 possa iniciar a fase clínica em humanos, para a qual procura financiamento, embora seja “muito custoso”.
O pesquisador ressaltou que serão necessários, pelo menos, entre quatro ou cinco anos para demonstrar a eficácia do resultado em humanos, sobretudo nos casos de esteatose hepática.
O chefe da pesquisa disse que o “Maraviroc” é um fármaco que se emprega na luta contra o HIV mediante o bloqueio da proteína CCR5, presente em múltiplos células do sistema imunológico humano como as do fígado e que produz os medidores da informação que podem causar prejuízo hepático e, finalmente, câncer de fígado.
Oteo incidiu no alcance deste achado porque, globalmente, o câncer de fígado representa um grande problema sanitário, já que a cada ano são diagnosticados cerca de um milhão de pacientes no mundo.
Neste estudo com ratos foi constatado que, ao aplicar o “Maraviroc”, desenvolveram mais tarde as complicações derivadas da inflamação, como no caso do HIV, ou deixaram de desenvolvê-la no caso de esteatose hepática. EFE
pmg/ff
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