Cientistas identificam novo composto para o tratamento da malária
Madri, 15 jul (EFE).- Uma equipe internacional de cientistas identificou um novo composto para tratar a malária e que é o primeiro que inutiliza uma proteína que o parasita (um protozoário do gênero Plasmodium) necessita para sobreviver nas diferentes fases de seu “complicado ciclo vital”, informou nesta quarta-feira a revista “Science Translational”.
Se os testes em humanos obtiverem sucesso, o composto, denominado DSM265, poderá se tornar uma nova ferramenta “para prevenir e tratar a infecção” com os parasitas que causam a malária, uma doença que é transmitida pela picada de um mosquito e que mata mais de meio milhão de pessoas por ano.
O novo composto, que foi desenvolvido por um grupo formado por 20 instituições de três continentes, atua em uma proteína celular produzida pelo parasita da malária, conhecida como DHODH, e da qual depende a expressão e divisão dos genes dos protozoários quando estes precisam se reproduzir.
Dado que a DHODH possibilita uma função fundamental para o parasita, este novo composto poderia danificá-lo em muitos momentos de seu ciclo vital, inclusive quando o Plasmodium se esconde no fígado da pessoa infectada.
Durante as pesquisas, os especialistas tiveram que assegurar que o DSM265 não atuava contra a versão humana da proteína DHODH, que tem papel importante nas células.
Os testes com células humanas concluíram que um remédio baseado no DSM265 permaneceria durante longo tempo no corpo – uma característica ideal para se conseguir um tratamento em uma única dose -, não geraria subprodutos tóxicos e determinaram as doses que seriam mais efetivas.
O novo composto requer doses menos frequentes e bloqueia o parasita tanto na fase de infecção do sangue como do fígado.
Outro passo da pesquisa foi comprovar a capacidade de mutação do parasita da malária para se tornar resistente ao DSM265 e tentar buscar soluções.
Os pesquisadores estão agora testando a segurança e a eficácia do novo composto contra o Plasmodium, incluindo cepas resistentes a vários remédios, em múltiplos modelos, tanto de células humanas, como em ratos, cachorros e macacos. EFE
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