Cirurgia plástica pode ajudar tratamento de portadores de HIV, diz médico
São Paulo 29 abr.- O tratamento de pacientes soropositivos é um dos principais temas de discussão da Jornada Paulista de Cirurgia Plástica que começa na quarta-feira, em um hotel de São Paulo, e é considerado o terceiro maior evento da área no mundo.
“Hoje em dia, o paciente não morre pelo HIV, mas por algumas sequelas como perda de gordura corporal no corpo, ou o acúmulo faz com que a pessoa fique estigmatizada. Ao corrigir essas alterações estéticas, as pessoas passam a viver uma vida mais normal”, disse à Agência Efe o presidente da Regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Fernando de Almeida Prado.
Essa perda ou acúmulo é classificada como lipodistrofia, comum em pessoas portadoras do vírus por precisarem tomar muitos medicamentos que geram acúmulo de gordura nos braços, pernas, glúteo, nuca e tórax, que pode ser eliminado com cirurgia plástica, como explicou Prado.
Em sua 34ª edição, a jornada tenta esclarecer a polêmica em torno dos mitos sobre perigos da cirurgia plástica.
“A cirurgia plástica é cada vez mais segura, hoje as tecnologias ajudam nessa qualidade.Ela aparece como excelente opção para o tratamento desses casos, que oferece também a elevação da autoestima desses pacientes”, comentou Prado.
A lipodistrofia em pacientes soropositivos é considerada um sintoma novo, já que o coquetel de medicamentos para combater o HIV propiciava uma sobrevida de poucos anos aos pacientes.
Com o avanço nas pesquisas e a eficácia dos medicamentos, o aumento da expectativa de vida dos pacientes cresceu e os efeitos ocasionados têm condição de serem tratados com outros métodos.
“Alguns pacientes quando começam a sofrer os efeitos do coquetel deixam de tomá-lo e isso representa um grande risco. Nossos esforços são para oferecer alternativas que possam reverter esse quadro”, declarou Prado.
Além do tratamento de pacientes com HIV, a jornada vai discutir o tratamento com enxerto de gordura, “muito aclamado no mundo”.
“O que a medicina tem observado é que a gordura não só aumenta o volume, mas há uma melhora de qualidade de pele, por exemplo”, disse Prado à Efe.
O evento terá mesas de debates até o dia 3 de maio e mais informações podem ser acessadas no site da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (www.sbcp-sp.org.br). EFE
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