Clamor pelo desaparecimento de estudantes mexicanos chega ao G20

  • Por Agencia EFE
  • 15/11/2014 10h20
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Brisbane (Austrália), 15 nov (EFE).- O clamor pela tragédia dos 43 estudantes mexicanos desaparecidos chegou à cúpula do G20, na cidade de Brisbane, onde centenas de cidadãos se manifestaram, além disso, pela desigualdade, a mudança climática e os direitos dos aborígines e refugiados, entre outros temas.

Coincidindo com a inauguração da cúpula de líderes o G20, que sob a presidência australiana busca impulsionar o crescimento mundial e o emprego, diversas organizações se concentraram na praça principal da cidade para participar da “Marcha dos povos”.

Uma pequena delegação que carregava bandeiras mexicanas com o número 43 escrito no meio protestou pela presença do presidente do país, Enrique Peña Nieto, na cúpula, enquanto continua a incerteza sobre o destino dos estudantes mexicanos de Ayotzinapa desaparecidos há sete semanas.

Segundo as investigações, na noite do 26 de setembro policiais locais detiveram os jovens após ataques a tiros ordenados pelo então prefeito de Iguala, José Luis Abarca, nos quais morreram seis pessoas, e os entregaram a membros de um grupo criminoso cujo líder ordenou que fossem assassinados.

“O que Peña Nieto faz aqui?, deveria estar no México resolvendo a violência. Não deve estar viajando pela China ou a Austrália, mas em casa buscando a resolução” da suposta morte dos 43 estudantes em Iguala, disse à Agência Efe Sean Cleary, membro da ONG Edmund Rice Centre.

Peña Nieto diminuiu sua viagem internacional, que também o levou a Pequim nesta semana para participar da cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia Pacífico (Apec), para reduzir sua participação a um só dia na reunião do G20 que termina amanhã.

Por sua vez, Maritza Palacio, da Associação de Solidariedade com a América Latina, comentou à Efe que foi ao protesto para “protestar pelo assassinato desses 43 rapazes” e também para pedir justiça pelos assassinatos de mulheres no México.

Mas esta passeata popular, que pretende ser pacífica, também quer dizer aos líderes mundiais que os cidadãos esperam algo melhor desta cúpula, que não incluiu assuntos-chave como a mudança climática ou a luta contra a desigualdade no mundo.

“Esta cúpula do G20 não nos corresponde enquanto continuar ignorando a desigualdade de gênero, a justiça social e a mudança climática. Não resolverá os problemas enquanto seguir enterrando sua cabeça na areia diante dos verdadeiros problemas de nosso tempo”, disse a senadora do Partido Verde pelo estado australiano de Queensland, Larisa Waters.

A comunidade aborígine, que chama o G20 de “Genocídio 20”, colocou um grande cartaz no parque onde os manifestantes se reuniram em alusão às mortes dos aborígines na prisão e às condições nas quais vivem desde a chegada dos colonizadores britânicos no século XIX.

Entre as diversas reivindicações também estavam as referentes a um tratamento mais humanitário aos refugiados na Austrália.

A cúpula do G20 é realizada em Brisbane sob fortes medidas de segurança e o monitoramento de 6 mil agentes da polícia que têm poderes especiais durante a realização do evento que reúne líderes de 19 nações, da União Europeia e de órgãos internacionais como o FMI e a OCDE. EFE

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