Clérigo radical simpatizante de Al-Shabaab morre baleado no Quênia

  • Por Agencia EFE
  • 01/04/2014 17h45
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Nairóbi, 1 abr (EFE).- O clérigo muçulmano radical Abubakar Shariff, simpatizante da milícia fundamentalista islâmica somali Al-Shabaab, morreu nesta terça-feira após ser baleado por homens armados sem identificação na cidade litorânea de Mombaça, no sudeste do Quênia.

Shariff, conhecido como “Makaburi”, foi atacado na saída do tribunal do subúrbio de Shanzu, onde tinha ido para conhecer uma decisão judicial sobre as condições de sua liberdade condicional, informou o jornal local “Daily Nation”. Outro homem, cuja identidade não foi divulgada, ficou ferido no ataque e foi levado para um hospital da região.

O fato aconteceu um dia depois que seis pessoas morreram em várias explosões ocorridas em Eastleigh, o bairro somali de Nairóbi.

A polícia do Quênia investigava o clérigo desde outro do ano passado por suspeitas de dar apoio ao Al-Shabab, após a morte no mesmo mês do também líder muçulmano radical Sheikh Ibrahim Rogo em Mombaça. Os agentes suspeitavam que Makaburi tivesse “interferido” na cena do crime de Ibrahim Rogo para dificultar as investigações.

Shariff culpava à polícia de querer se vingar com a morte de Rogo do atentado terrorista realizado por Al-Shabab no shopping Westgate de Nairóbi entre os dias 21 e 24 de setembro do ano passado. Na ocasião, pelo menos, 67 pessoas morreram. Makaburi, que chegou a justificar o ataque contra o Westgate, era acusado de promover a jihad (guerra santa), incentivar atos radicais entre os jovens e recrutar membros para Al-Shabab.

Após os atentados de ontem, a polícia deteve hoje 657 pessoas em Eastleigh por suposta relação com o ataque terrorista, informou o ministro do Interior, Joseph Ole Lenku. O atentado, realizado com explosivos colocados em diferentes locais da rua 11 deste bairro, feriu, além disso, outras 21 pessoas. Dez delas permanecem hospitalizadas.

No domingo passado, um homem morreu por causa de uma explosão em uma casa deste mesmo bairro quando, aparentemente, montava uma bomba. Há uma semana, um ataque armado contra uma igreja em Mombaça causou quatro mortes e deixou vários feridos.

Nos últimos meses, o Al-Shabab cometeu vários ataques similares em Nairóbi, Mombaça e em cidades próximas à fronteira do Quênia com a Somália, em represália pela presença de tropas quenianas em seu país. Joseph Ole Lenku afirmou na semana passada que a segurança tinha sido reforçada em Mombaça e em outras partes do país, devido à ameaça terrorista.

Al-Shabab, que anunciou em fevereiro de 2012 sua união formal à rede terrorista Al Qaeda, combate a força multinacional da Missão da União Africana para a Somália (AMISOM) e o exército somali para instaurar um Estado muçulmano de corte wahhabista no país.

A Somália vive em um estado de guerra civil e caos desde 1991, quando o ditador Muhammad Siad Barre foi derrubado e o país ficou sem um governo efetivo e nas mãos de milícias islamitas. EFE

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