Coalizão árabe anuncia outra operação militar contra os houthis no Iêmen

Riad, 7 mai (EFE).- A coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita anunciou nesta quinta-feira o início de uma nova operação militar no Iêmen contra os houthis que planejaram os ataques dos últimos três dias contra as províncias sauditas fronteiriças de Nashran e Yazan.

O porta-voz da coalizão árabe, Ahmed Asiri, disse hoje em entrevista coletiva em Riad que “a coalizão e as forças armadas sauditas dirigirão uma resposta dura a partir deste momento e até que os que cometeram estes ataques paguem o preço pelo que fizeram”.

Segundo Asiri, estes atos não foram dirigidos contra alvos militares, mas civis, como o realizado ontem em Áden, que matou cerca de 50 cidadãos quando tentavam sair da cidade em um navio.

O anúncio do porta-voz acontece horas depois que o rei saudita, Salman bin Abdulaziz Al Saud, mostrou sua disposição a uma cessação das operações militares durante cinco dias para permitir a chegada de ajuda humanitária ao Iêmen.

Para Asiri, “a equação mudou” e a ofensiva militar que inicialmente pretendia defender a legitimidade do presidente iemenita, Abdo Rabbo Mansour Hadi, agora estará focada na dissuasão dos houthis e em proteger a segurança do território da Arábia Saudita.

“Agora o trabalho vai ser diferente em sua dureza e sua duração, e será dirigido contra todos os dirigentes dessa organização, seus lugares de comando e as áreas de suas reuniões”, acrescentou.

Além disso, antecipou que os ataques não serão “limitados”, como prometeu a coalizão com a nova fase da ofensiva, batizada como “Devolução da Esperança”, mas serão “ações de iniciativa”.

Por sua vez, o ministro de Defesa e segundo príncipe herdeiro, Mohammad bin Salman Al Saud, pediu hoje aos altos dirigentes das forças armadas que tomem “medidas que garantam a segurança e a integridade das fronteiras sauditas” e para “repelir o agressor com todos os meios possíveis”, segundo informou a agência oficial saudita “SPA”.

Nos últimos dias, pelo menos dez pessoas morreram nas províncias sauditas de Nashran e Yazan como consequência de projéteis lançados de território iemenita, segundo informaram fontes oficiais sauditas.

Ontem, Asiri prometeu que não permitiria que esses atos ocorressem “sem resposta”.

Apesar de no último dia 21 de abril a aliança ter anunciado o fim da campanha “Tempestade de Firmeza”, a aviação árabe continuou bombardeando algumas áreas do país onde estão presentes os insurgentes houthis. EFE