Coalizão árabe põe fim à operação “Tempestade de Firmeza” no Iêmen

  • Por Agencia EFE
  • 21/04/2015 17h54
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Riad/Sana, 21 abr (EFE).- A coalizão árabe sunita que realizava uma ofensiva contra os rebeldes houthis no Iêmen pôs fim nesta terça-feira às operações aéreas por considerar que já alcançou seu objetivo de eliminar o potencial militar dos xiitas e conter a ameaça à segurança regional.

A inesperada decisão aconteceu a pedido do presidente do Iêmen, Abdo Rabbo Mansour Hadi, segundo explicou em entrevista coletiva o porta-voz da coalizão, Ahmed al Asiri, que lembrou que a operação “Tempestade de Firmeza” foi iniciada em resposta ao pedido de socorro das autoridades iemenitas.

Asiri explicou que a “Tempestade de Firmeza” cumpriu seus três objetivos: defender a legitimidade no Iêmen; deter o avanço dos houthis destruindo seu potencial militar e impedir as ameaças à segurança dos países vizinhos e da região.

O porta-voz acrescentou que amanhã começa a operação “Devolução da Esperança”, que pretende reconstruir o país e supervisionar o processo de transição pós-conflito armado.

As forças árabes não se retirarão totalmente do Iêmen, já que continuarão a existir “operações militares contra os rebeldes houthis enquanto os países da coalizão considerarem necessário”, mas que estarão dirigidas somente contra posições dos rebeldes xiitas, explicou Asiri.

Além disso, haverá um bloqueio marítimo para “supervisionar as ilhas e águas iemenitas e evitar o contrabando e o envio de armas” às milícias houthis e às leais ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh.

As forças da coalizão “continuarão apoiando as operações humanitárias” das organizações militares, advertiu o porta-voz saudita, que assegurou que os países árabes “não deixarão de proteger os civis iemenitas da ameaça houthi”.

A coalizão fez “com precisão” 2.415 bombardeios, desde o primeiro dia, o que permitiu “destruir todo o potencial militar dos rebeldes e pôr fim às ameaças contra a segurança regional”, detalhou o porta-voz.

Asiri advertiu que as forças terrestres sauditas continuarão a proteger a fronteira de seu país para conter qualquer tentativa de “pôr sua segurança em perigo”.

Por sua vez, o Ministério de Defesa saudita disse em comunicado que os países que formam a coalizão “conseguiram eliminar com sucesso as ameaças à segurança do reino e aos países vizinhos graças à destruição das armas pesadas e dos mísseis balísticos”, que estavam nas mãos dos houthis e das tropas leais a Saleh.

Horas antes do anúncio o rei saudita, Salman bin Abdulaziz Al Saud, ordenou à força terrestre da Guarda Nacional participar das operações da coalizão árabe contra os rebeldes houthis no Iêmen.

As tropas terrestres estão “totalmente formadas e preparadas para apoiar a missão da coalizão árabe, que busca devolver a estabilidade e a segurança ao povo iemenita”, advertiu o ministro da Guarda Nacional saudita, Mutaib bin Abdullah.

O governo iraniano, que a coalizão acusa de apoiar os houthis, disse horas antes do anúncio que o fim dos bombardeios era “questão de horas” e falou ainda sobre uma possível negociação entre as partes em um “breve prazo” de tempo.

A decisão de hoje também surpreendeu a Organização Internacional de Migrações (OIM) que anunciou a suspensão por uma semana da evacuação de civis estrangeiros do país, já que encontrava cada vez mais dificuldades de entrar na capital iemenita pelo ar.

Além disso, pediu que todas as partes do conflito facilitem as evacuações e a chegada e saída de aviões de Sana.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) destacou que este conflito provocou a morte de 944 pessoas e feriu outras 3.500.

Estas estatísticas são bastante diferentes das divulgadas no último dia 13 pelo exército iemenita, leal aos rebeldes houthis, que informou de 2.571 civis mortos e 3.897 feridos. EFE

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