Colaboradores de ex-promotor boliviano refugiado no Brasil são condenados
La Paz, 3 dez (EFE).- Um tribunal da Bolívia sentenciou a três e dois anos de prisão dois ex-colaboradores do ex-promotor do Marcelo Soza, responsável por um caso de suposto terrorismo em seu país e que se refugiou no Brasil em março, informou nesta quarta-feira uma fonte judicial.
Moisés Ponce de León, ex-advogado de Soza, foi sentenciado a três anos prisão por “extorsão”, enquanto Richard Cerda, ex-assessor do foragido, recebeu uma condenação de dois anos de prisão por ocultar provas, explicou a Procuradoria-Geral do Estado em um comunicado.
A sentença foi emitida no tribunal de Palmasola, na região de Santa Cruz, após Ponce de León e Cerda aceitarem se submeter a um procedimento sumário, explicou o promotor de Santa Cruz, Gomer Padilla Jaro.
“Há provas documentadas e testemunhais evidentes que comprovam os delitos. Uma prova do fato é que os acusados, vendo-se encurralados pelas evidências, solicitaram a aplicação do procedimento sumário”, argumentou Padilla.
Segundo a procuradoria, as sentenças foram emitidas como parte da investigação de supostos crimes de corrupção e extorsão nos quais estariam envolvidos Soza e outras pessoas.
O ex-promotor fugiu para o Brasil em março, um ano após ter renunciado a seguir com a investigação de um suposto complô cometido em 2009 por um grupo terrorista contra Morales, o que faria parte de um plano para tornar Santa Cruz independente.
Em 16 de abril de 2009, uma operação da polícia em Santa Cruz terminou com a morte do croata-húngaro-boliviano Eduardo Rózsa, do romeno Magyarosi Arpak e do irlandês Michael Martin Dwayer, acusados de serem membros deste grupo.
Na mesma operação foram detidos o húngaro Elod Tóásó e o croata-boliviano Mario Tadic, que foram processados por terrorismo.
Soza foi denunciado por vários dos acusados no caso de extorsão, e a Procuradoria-Geral iniciou um processo por descumprimento de deveres porque o julgamento de todos os acusados do suposto complô completou cinco anos sem resultados.
O ex-promotor tem uma permissão provisória para morar e trabalhar no Brasil, até que a Comissão Nacional de Refugiados, do Ministério da Justiça, tome uma decisão definitiva em relação ao pedido de refúgio.
A Bolívia afirmou que pretende pedir sua extradição, mas não pode fazer isso até o Brasil emitir uma decisão definitiva sobre o caso. Caso o refúgio seja aceito, a Bolívia não poderá fazer o pedido. EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.