Colégio no RS é alvo de críticas por estimular preconceito entre profissões; instituição pede “desculpas à sociedade”

  • Por Jovem Pan
  • 05/06/2017 15h41
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Reprodução Festa "Se Nada der Certo"

Alunos do 3º ano da Instituição Evangélica de Novo Hamburgo (IENH), em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, são acusados de discriminação e desrespeito em razão da atividade “Se nada der certo”. No encontro, os vestibulandos se fantasiaram de gari, faxineira, motoboy, cozinheiro, vendedora, ambulante e até mesmo de ladrão, com o intuito de mostrar profissões que não “deram certo”, em alusão a possibilidade de não passarem no vestibular. 

As imagens, publicadas no site Bombô no último dia 17 de maio, vieram à tona nesta segunda-feira (05), e fez com que a Instituição fosse alvo de diversas críticas. Alguns pais, inclusive, chegaram a repudiar o ato na página da escola no Facebook.

Nesta segunda-feira, o IENH divulgou uma nota na qual reafirma o “mal-entendido “, e garante que tanto a escola como professores e estudantes não tiveram o intuito de discriminar determinadas profissões. “O objetivo principal dessa atividade foi trabalhar o cenário de ‘Não aprovação no vestibular’, de forma alguma foi fazer referência ao ‘não dar certo na vida’. Atividades como essa auxiliam na sensibilização dos alunos quanto a conscientização da importância de pensar alternativas no caso de não sucesso no vestibular e também a lidar melhor com essa fase”, esclaresse o texto.

No entanto, essa não é a primeira vez que o episódio ocorre em um colégio da região. Em 2015, o Colégio Marista Champagnat, de Porto Alegre, também promoveu uma festa com o mesmo tema. 

Em declaração à Jovem Pan Online, Patrícia Neumann, psicóloga educacional do IENH, reconhece que houve erro na escolha da temática e o conteúdo será repensado a partir de agora. “Essa atividade é organizada pelos próprios alunos. É um momento de brincadeira para aliviar a pressão do vestibular. Nós não quisemos ofender ninguém e teve todo esse mal-entendido como se eles estivessem desqualificando alguém. Pedimos desculpas à sociedade se isso foi interpretado de maneira inadequada nas redes sociais. A questão era fazer com que eles relaxassem, pois estão em um ano difícil e de escolhas para a vida. Mas a atividade será revista a partir de agora”, explica a psicóloga.

“Muito alunos começaram a sofrer preconceito nas redes sociais. Temos alunos bolsistas, fazemos bastante projetos sociais com a comunidade e ficamos chateados com esse episódio. Não significa que alguém que tenha cursado universidade seja melhor ou maior que ninguém”, completa Patrícia.

Confira a nota publicada no Facebook da Instituição: 

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