Colégios eleitorais abrem na Turquia

Istambul, 7 jun (EFE).- Os colégios eleitorais abriram neste domingo na Turquia às 8h (horário local, 2h em Brasília) para os 54 milhões de pessoas que decidirão o futuro governo em uma das votações mais críticas da década.

Pela primeira vez após a chegada ao poder do partido islamita Justiça e Desenvolvimento (AKP) em 2002, não se considera garantido que esta legenda renove sua cômoda maioria absoluta.

Além disso, é a primeira vez que o partido esquerdista HDP, nascido do movimento curdo, concorre às eleições como partido político, em vez de apresentar candidatos independentes, o que pode mudar drasticamente a composição do parlamento turco.

Se superar o limite eleitoral de 10%, algo provável segundo as pesquisas mas não garantido, o governante AKP ficaria com uma maioria de poucas cadeiras ou inclusive poderia perdê-la, enquanto um fracasso do HDP deixaria o movimento curdo sem representantes políticos.

Um total de 20 partidos, além de 166 candidatos independentes, concorrem pelas 550 cadeiras do plenário no qual será a 25 legislatura desde o estabelecimento da República da Turquia em 1923, mas só quatro têm possibilidades de chegar ao parlamento.

Além do AKP, que agora tem 312 deputados, são o social-democrata CHP, o nacionalista MHP e, se passar o limite, o HDP, transformado em estrela da campanha eleitoral, mas também em vítima de agressões e atentados.

Cerca de 54 milhões de turcos poderão votar nos 194 mil colégios eleitorais até as 17h (11h em Brasília).

Mais de 50.000 voluntários neutros, além dos observadores dos partidos e das delegações do parlamento Europeu e da Osce, tentarão garantir a limpeza do processo.

Após uma tensa campanha eleitoral e comícios muito movimentados, é provável que a participação eleitoral iguale ou inclusive supere a das eleições gerais de 2011, quando foi de 87%, ou a do pleito local do ano passado, que atingiu 89%.

Embora a apuração manual comece a partir do fechamento das urnas, é provável que se prolongue até o começo da noite. EFE