Colômbia avança rumo ao término do conflito, diz chefe negociador de governo

  • Por Agencia EFE
  • 11/03/2015 11h54

Bogotá, 11 mar (EFE).- O processo de paz do governo colombiano e as Farc avança rumo ao término do conflito armado, manifestou nesta quarta-feira o chefe negociador oficial, Humberto de la Calle, que disse estar mais otimista com os diálogos que são realizados em Havana.

“Estamos caminhando de maneira correta rumo ao fim do conflito”, disse em entrevista coletiva em Bogotá, na qual explicou o alcance da decisão anunciada na terça-feira pelo presidente colombiano, Juan Manuel Santos, de suspender por um mês os bombardeios a acampamentos das Farc.

De la Calle afirmou que “seria uma irresponsabilidade dizer que chegamos a um ponto de não retorno” nos diálogos iniciados em Cuba em janeiro de 2012, mas ressaltou: “sempre tive uma posição moderada de otimismo e essa dose moderada é maior”.

Santos ordenou na terça-feira às Forças Militares a suspensão de bombardeios durante um mês contra os acampamentos das Farc em resposta ao cessar-fogo unilateral e indefinido que essa guerrilha mantém desde 20 de dezembro.

“Para impulsionar o fim do conflito, decidi dar a ordem ao ministro da Defesa e aos comandantes das Forças de cessar os bombardeios sobre os acampamentos das Farc durante um mês”, disse o líder em uma alocução ao país.

De la Calle disse que esses 30 dias são “um período de teste adequado” para poder fazer uma avaliação do impacto da medida na geração de confiança entre as partes e desta forma seguir avançando na redução da intensidade do conflito armado, que deve dirigir no final do processo a um cessar-fogo bilateral e indefinido.

“Achamos que no próximo ciclo (de diálogos em Cuba) vamos impulsionar outros gestos de fim”, acrescentou na entrevista coletiva realizada na Casa de Nariño, sede do Executivo.

O negociador explicou que esses possíveis novos gestos para baixar a intensidade da guerra podem ser “pela via de acordo”, como aconteceu no sábado passado, quando as partes anunciaram que começarão a trabalhar na retirada das minas antipessoas semeadas no território nacional, ou por meio de “decisões unilaterais”, como a suspensão temporária dos bombardeios.

Entre as decisões unilaterais das Farc nesta direção está, além de seu cessar-fogo unilateral e indefinido, o anúncio que deixarão de recrutar menores de 17 anos, lembrou.

De la Calle reiterou que a suspensão de bombardeios “é uma medida de construção de confiança em termos de um propósito final que é o término do conflito armado”, que não afeta a segurança e nem as operações militares de controle territorial ou contra outros grupos à margem da lei como o Exército de Libertação Nacional (ELN) ou os grupos criminosos.

Do mesmo forma, o chefe negociador foi enfático ao assinalar que a medida tomada por Santos não é uma cessação bilateral do fogo “disfarçado” como assinalaram os críticos dos diálogos de paz, pois ressaltou que “aqui não há acantonamento, não há retirada de forças”.

De la Calle rejeitou que o governo esteja fazendo “concessões” às Farc em troca de pouco ou nada e disse que o Estado continua atuando contra essa guerrilha em todo o território nacional. EFE

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