Colômbia não consegue reduzir número total de hectares de coca em 2013

  • Por Agencia EFE
  • 27/06/2014 01h50

Bogotá, 26 jun (EFE).- A Colômbia presenciou em 2013 uma “redução geral” dos cultivos de coca em grande parte do país, mas, ao mesmo tempo, houve um grande aumento das plantações nas fronteiras com Equador e Venezuela, além da substituição dessa atividade pela mineração ilegal nas áreas que registraram as maiores quedas, informou nesta quinta-feira uma agência da ONU.

Essas são as conclusões do relatório anual do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), que também revelou que o país se mantém como o segundo maior produtor mundial de coca, atrás do Peru e à frente da Bolívia.

A Colômbia encerrou 2013 com uma estimativa de 48 mil hectares de plantações de coca, o mesmo número de 2012, mas longe dos números registrados há uma década, quando o país contava com mais de 140 mil hectares em 2001.

O Peru, o maior produtor, encerrou 2013 com 49,8 mil hectares (60,4 mil em 2012), enquanto a Bolívia, com 23 mil, reduziu as plantações em 2,3 mil hectares em relação ao ano anterior.

O relatório do UNODC para a Colômbia revelou que há uma “redução geral” na maioria dos departamentos (estados) que contam com essas plantações ilegais, mas, também, um “forte aumento” entre os maiores produtores: as regiões fronteiriças com Equador e Venezuela.

Essas regiões têm forte influência de grupos armados ilegais, como as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que possuem vínculos com o narcotráfico.

Além disso, a ONU advertiu que 14% das plantações estão localizadas a menos de 10 quilômetros da fronteira com o Equador, uma região na qual não há fumigações químicas aéreas, como ocorre nas demais, por um acordo estabelecido entre os dois países após uma crise diplomática.

Por outro lado, outros lugares que foram grandes produtores de coca no passado experimentaram importantes declínios.

Segundo o chefe do UNODC na Colômbia, Bo Mathiasen, o declínio da produção cocaleira nesses locais está relacionado “com ações de consolidação” por parte do Estado (erradicação manual e fumigações), mas também pelo “aumento da mineração”.

“Existem fortes evidências que os territórios continuam sendo vulneráveis a fenômenos ilegais, particularmente associados com a mineração”, afirmou o relatório.

Mathiasen também destacou que, pelo segundo ano consecutivo, não foram registrados cultivos de coca no departamento de Cundinamarca, cuja capital é Bogotá, enquanto em outras nove regiões, das 23 afetadas, o fenômeno ocupa poucos hectares. Por isso, a erradicação total das plantações nessas áreas é factível no curto prazo.

Os números apresentadas no relatório indicam que 82% das plantações estão concentradas em seis departamentos do país e que apenas dez municípios são responsáveis por 41%, o que evidencia um processo de concentração do fenômeno.

Enquanto as plantações ilegais se mantiveram em relação ao ano anterior, a oferta potencial de cocaína caiu de 488 toneladas, em 2012, para 290 em 2013.

O UNODC atribui essa redução ao rendimento dos cultivos: a diminuição na capacidade de obtenção de folha por hectare, o tamanho cada vez menor dos lotes e o menor uso de agrotóxicos e adubos químicos nas plantações, já afetadas por pragas, clima, doenças e fumigação aérea.

Essa agência especializada das Nações Unidas monitora anualmente as plantações de drogas em vários países do mundo, como Peru, Bolívia, México, Laos e Colômbia. EFE

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