Colômbia viveu nos últimos 30 dias o período menos violento em 40 anos

Bogotá, 20 ago (EFE).- A Colômbia viveu nos últimos 30 dias o período menos violento em mais de 40 anos por causa do cessar-fogo unilateral que as Farc iniciaram no dia 20 de julho e prorrogaram nesta quinta-feira, segundo um estudo divulgado nesta quinta-feira.

“As ações ofensivas das Farc e do governo contra esta guerrilha se reduziram aos menores níveis vistos na história do conflito armado”, assinalou em comunicado o Centro de Recursos para a Análise de Conflitos (Cerac).

Ao se completar os 30 dias do cessar-fogo unilateral das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), estendido hoje pelo grupo sem detalhar sua duração, o Cerac destacou “a forte redução da intensidade do conflito armado”, indicando que este período foi “o mês com menor atividade violenta do conflito desde 1974”.

“Nos dias 12 e 13 deste mês (agosto) não registramos eventos de conflito armado, ações de violência política, crime organizado, ou de outras formas de violência”, destacou o Cerac ao assinalar que esta situação “não tinha acontecido” desde que a produção de reportes diários de segurança começaram, em novembro de 2012.

O cessar-fogo foi anunciado pelas Farc no marco dos diálogos de paz que são realizados em Cuba e o governo respondeu à iniciativa com uma suspensão dos bombardeios a acampamentos dessa guerrilha.

Sobre a atuação das Farc, a investigação assinala que “apesar do cumprimento de seu cessar-fogo unilateral ter sido incompleto”, foi violado “em menos ocasiões” que em tréguas anunciadas anteriormente.

Os números do Cerac assinalam que foram registradas “duas ações atribuíveis às Farc que são consideradas como violadoras do cessar-fogo unilateral” e três com “possível participação” da guerrilha que “estão pendentes de verificação das autoridades”.

Além disso foram contabilizadas “três denúncias das Farc de supostos bombardeios da Polícia a acampamentos do grupo guerrilheiro”, cuja verificação também está pendente.

O documento advertiu que dois civis ficaram feridos esta semana após um ataque contra um quartel da Polícia na cidade de Caloto, no departamento do Cauca (sudoeste) que atribuiu ao grupo rebelde.

Quanto a confrontos entre as Farc e a Polícia, o Cerac assinalou que foram registrados seis combates nas últimas quatro semanas, nos quais morreram três integrantes do Exército e igual número de guerrilheiros, além de ter deixado um soldado ferido.

As violações aconteceram nos departamentos de Cauca e Meta, onde, segundo o documento, “historicamente as Farc exerceram presença violenta”, e onde têm influência o Bloco Sul e o Bloco Oriental dessa guerrilha, respectivamente.

Também houve violações ao cessar-fogo unilateral em Antioquia (noroeste) e Putumayo (sul).

Por outro lado, não foram registrados acidentes com minas antipessoais “cuja instalação tenha sido atribuída às Farc”, mas sim se conheceram incidentes com estes artefatos em Antioquia, Putumayo, Norte de Santander e Caquetá, regiões, que segundo o relatório, são “de influência deste grupo guerrilheiro”. EFE