Colombianos se preparam para escolher presidente e reduzir abstenção

  • Por Agencia EFE
  • 13/06/2014 22h12

Bogotá, 13 jun (EFE).- Os colombianos se preparam para escolher no domingo, em segundo turno, seu presidente para o período 2014-2018 em um dia para o qual estão habilitados 32.975.158 eleitores e que pode ser determinado pela abstenção, que no primeiro turno foi de 59,93%.

Os dois aspirantes, o presidente Juan Manuel Santos, que tenta a reeleição como candidato da coalizão União Nacional; e Óscar Iván Zuluaga, do Centro Democrático, manifestaram nesta sexta-feira confiança no triunfo, apesar das últimas enquetes que, há uma semana, repartem por igual o favoritismo do eleitorado.

“Estamos entusiasmados e otimistas por todas estas adesões que recebemos nestes 15 dias. Elas são sintomáticas, mas o verdadeiro resultado será visto no domingo”, afirmou o atual presidente em uma entrevista à “RCN Rádio”.

Segundo Santos, foi possível ver em todo o país o “entusiasmo” das pessoas com sua proposta centrada na paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e o Exército de Libertação Nacional (ELN), os dois grupos guerrilheiros do país com os quais seu governo dialoga para pôr fim a meio século de conflito armado.

Zuluaga, que foi o mais votado no primeiro turno em 25 de maio, com 29,25% contra 25,69% de Santos, também expressou confiança em o resultado das urnas lhe seja favorável.

“Obviamente garanto a todos os colombianos que do próximo domingo, depois das cinco da tarde (quando serão divulgados os resultados), em diante espero me dirigir a cada um de vocês como o novo presidente de todos”, disse Zuluaga em entrevista coletiva na sede de campanha em Bogotá.

Nestas eleições, Zuluaga representa as ideias do ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010), que foi o mentor de Santos há quatro anos e hoje é seu principal opositor com um duro discurso contra a forma como o governo maneja o processo de paz com as Farc, que calou fundo em um grande setor da população.

Tanto Santos quanto Zuluaga, que foram ministros de Uribe, forjaram as próprias alianças e somaram adesões de diferentes setores nas três últimas semanas, mas o grande desafio está em atrair o voto dos indecisos e principalmente dos desacreditados com a política, que não se entusiasmam com qualquer um dos dois.

Dos quase 33 milhões de cidadãos convocados às urnas no primeiro turno, apenas 13,2 milhões votaram, ou seja, 40,07%. Isso significa que quase 20 milhões preferiram não votar e, se isso voltar a ocorrer, será decisivo no resultado. A abstenção nesse primeiro turno foi a mais alta dos últimos 20 anos no país, onde o voto não é obrigatório.

“Esperamos que no segundo turno a participação aumente, pelo menos, em dez pontos com relação à primeira para dar maior legitimidade aos resultados”, disse hoje à Agência Efe Carlos Ariel Sánchez, titular do Registro Nacional do Estado Civil, entidade encarregada de convocar e organizar as eleições.

Para este pleito, o órgão instalará 89.389 mesas distribuídas em 10.642 postos de votação em todo o país, as mesmas quantidades do primeiro turno.

As eleições do domingo coincidem com a Copa do Mundo, torneio que o país volta a disputar depois de 16 anos ausente, e é uma incógnita o efeito que a competição possa ter nos eleitores.

“A Copa não deveria afetar a participação” nas urnas, declarou o presidente da União Interamericana de Organismos Eleitorais (Uniore), Patrício Valdez. Contudo, analistas consideram que por a eleição ser um dia depois da estreia da Colômbia, amanhã contra a Grécia, o resultado da partida pode influenciar o ânimo do eleitorado. EFE

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