Com alta de juros no horizonte, Fed inicia reunião sobre política monentária

  • Por Agencia EFE
  • 28/07/2015 19h07

Alfonso Fernández.

Washington, 28 jul (EFE).- O Federal Reserve (Fed) começou nesta terça-feira uma nova reunião para analisar a política monetária nos Estados Unidos, com todos os olhares voltados a possíveis pistas sobre a alta de taxas de juros, atualmente entre 0% e 0,25%, devido à solidez mostrada pelos últimos indicadores econômicos do país.

Todas as apostas parecem apontar que este aumento nos juros, o primeiro nos EUA desde 2006, ocorra na reunião de setembro do Comitê Federal de Mercado Aberto do Fed, órgão que rege a política monetária do país.

O tom otimista do banco central aumentou nas últimas semanas, e a presidente da instituição, Janet Yellen, ressaltou neste mês, em seu pronunciamento semestral no Congresso, os sinais de consolidação da economia americana.

“Se a economia evoluir como está previsto, as condições econômicas podem fazer com que seja apropriado aumentar as taxas de juros de referência em algum momento deste ano, para começar a normalizar a política econômica”, disse Yellen ao comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Representantes.

Especialmente são positivas as perspectivas no que se refere ao mercado de trabalho, área na qual a presidente do Fed garantiu que “está cada vez mais perto de um estado normal” e continua “mostrando progressos”.

Após uma paulatina e constante queda, a taxa de desemprego nos EUA é atualmente de 5,3%, o nível mais baixo em sete anos, registrado antes da explosão da aguda crise econômica de 2008.

Além disso, a atividade econômica parece ter recuperado seu ritmo sustentado de crescimento após um fraco primeiro trimestre, no qual caiu 0,2% em relação aos últimos 12 meses, e espera-se que o segundo trimestre fique em torno de 2,9%.

Os recentes indicadores de despesa dos consumidores, que representam cerca de dois terços da economia americana, investimento em bens de capital e mercado imobiliário apontam para uma saudável expansão no segundo semestre do ano.

A dúvida, no entanto, se mantém em torno da força do dólar e a queda dos preços do petróleo, dois fatores que o Fed tinha previsto que iriam se estabilizar a médio prazo.

Mas o petróleo voltou a cair nas últimas semanas abaixo da casa de US$ 50 o barril, algo que afetou notavelmente o setor energético americano.

Estes elementos parecem conter o esperado aumento da inflação , que está muito abaixo do objetivo a médio prazo de 2% estabelecido pelo Fed.

No entanto, também neste aspecto ocorre uma melhora, já que o índice de preços nos EUA cresceu em junho 0,3%, para 0,1%.

A próxima reunião do Fed, na qual os analistas prevem que ocorra a primeira alta dos juros, está marcada para os dias 16 e 17 de setembro. EFE

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