Com alta no preço do feijão, crise afeta diretamente o prato dos brasileiros

  • Por Renata Perobelli/Jovem Pan
  • 04/04/2016 16h00
DIVULGAÇÃO/ INTERNET Mudanças climáticas provocam alta do preço do feijão

Passaram-se 40 anos do lançamento do samba na voz de Beth Carvalho. A moeda mudou do Cruzeiro, veio o Cruzado, o Cruzado Novo, voltou o Cruzeiro e, por fim, o Real. Mas continua difícil colocar feijão na mesa ainda mais por conta da crise, da inflação e do desemprego.

O carioquinha, o preferido dos paulistanos, subiu 15% de janeiro até agora. Em um ano, cerca de 30%. A culpa é do clima, alegam os produtores. O produto só não subiu mais de preço porque as vendas caíram em média 20% na Bolsinha da rua Santa Rosa e nos supermercados.

O corretor do comércio atacadista de cereais, Omar Elian Filho, contou à repórter Renata Perobellio motivo do quilo do feijão carioquinha variar de R$ 5,40 a R$ 7,60 o quilo nos supermercados. “Na realidade, o que está segurando o preço não é tanto a queda nas vendas. O problema que segura o preço alto é a quebra de safra e a diminuição do plantio”, explicou.

O El Niño castigou a região Sul com chuvas e as lavouras do Nordeste, Minas Gerais e Goiás.

Diante deste cenário, o presidente do Ibrafe (Instituto Brasileiro do Feijão), Marcelo Luders sugeriu: “o feijão fradinho é mais protéico que outros feijões. Outra opção que vimos é o feijão branco. Aquele feijão que mais raramente consumimos, na dobradinha ou na salada”.

Nos próximos 60 dias, os preços podem dar um alívio ao seu bolso. Se não chover demais, a oferta deve aumentar, entretanto, finaliza Luders: “existe um frio na barriga do produtor que o La Niña seja muito intenso. Aí teria seca no sul e chuva no nordeste. Nós dependemos muito do clima para fazer uma avaliação”.

Mesmo com esse aumento, o feijão ainda é de longe a proteína mais barata do mercado. Você já reparou que seu PF, o prato comercial, anda com um feijão maios aguado?

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