Com oposição em vantagem, venezuelanos vão às urnas para eleger parlamento

  • Por Jovem Pan com Agência EFE
  • 06/12/2015 08h22
EFE Venezuelanos vão às urnas para eleger parlamento

Cerca de 19,5 milhões de venezuelanos vão às urnas neste domingo (06) para eleger por um período de cinco anos os 167 legisladores da Assembleia Nacional, que é controlada pelo socialismo bolivariano iniciado por Hugo Chávez em 1999.

Em meio a revolta popular por causa da escassez, que vai dos alimentos aos remédios, e com uma das piores inflações do mundo, as pesquisas vêm apontando que o Governo socialista de Nicolás Maduro pode perder a vantagem.

A recessão avançada deve abalar o partido governista Socialista Unido de Venezuela e levar a oposição à sua primeira maioria na Assembleia em 16 anos. A Mesa da Unidade Democrática aparece como favorita em pesquisas, e com uma vantagem entre 14 e 35 pontos. NO entanto, Maduro diz ter voto fiel de 40% dos eleitores venezuelanos.

A derrota do chavismo nesta eleição seria mais um golpe na esquerda da América Latina, principalmente após a vitória de Macri na Argentina. Caso a oposição obtenha a maioria das 167 cadeiras, a esperança de reduzir a hegemonia dos socialistas e, assim, enfrentar os 17 anos de chavismo dar-se-á de forma mais contundente.

Reação internacional

O presidente do Governo da Espanha, Mariano Rajoy, pediu neste sábado (05) ao seu colega da Venezuela, Nicolás Maduro, no véspera das eleições em seu país respeito à democracia, à liberdade e aos direitos humanos.

Rajoy reivindicou esses direitos no programa “La Sexta Noche”, após as críticas que fez ontem contra ele Maduro e nas quais previu que se tornará “pó cósmico”

O chefe do Executivo espanhol lembrou que o presidente venezuelano fala dele a cada 15 dias nesses termos e ironizou assinalando que não deve ser muito simpático para ele.

Mas insistiu em sua defesa da liberdade, da democracia e dos direitos humanos como fez em artigo que assinou dias atrás junto ao ex-presidente Felipe González; o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron; e o ex-chefe do Estado chileno Ricardo Lagos.

Além disso, lembrou que ele recebeu tanto Lilian Tintori, esposa do opositor venezuelano Leopoldo López, como Mitzy Capriles, esposa do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, de quem disse que não vai poder votar nem concorrer nas eleições de amanhã.

Campanha internacional da mídia

A ministra das Relações Exteriores da Venezuela, Delcy Rodríguez, denunciou neste sábado (05) a existência de uma “campanha midiática internacional” feita pela imprensa na Colômbia, Espanha e Estados Unidos, onde são divulgadas notícias “negativas e de descrédito” sobre o processo eleitoral do país.

“Em uma semana, na imprensa desses países, saíram 380 notícias negativas sobre a Venezuela, apenas 75 neutras e um mínimo de 28 positivas. Isso faz parte de uma campanha internacional de descrédito contra de nossa pátria e nós sabemos quem está por trás dessa campanha”, afirmou Rodríguez.

A chefe da diplomacia venezuelana deu as declarações depois de se reunir com um grupo de seis ex-presidentes da América Latina convidados pela oposição para acompanhar as eleições legislativas. O encontro, disse Rodríguez, serviu para uma troca respeitosa de pontos de vista.

“Nós sabemos dos poderes midiáticos, financeiros, econômicos, comerciais e de alguns setores da extrema direita que estão movimentando esse processo informativo, desse desequilíbrio midiático contra a Venezuela”, afirmou.

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