Comandantes militares vão a Cuba para preparar cessação de fogo com as Farc

Bogotá, 21 ago (EFE).- Cinco altos comandantes militares colombianos partiram nesta quinta-feira de Bogotá com destino a Havana para preparar a partir de amanhã o quinto ponto da agenda do diálogo de paz entre o governo e as Farc, referente à cessação bilateral do fogo e à entrega das armas.

Segundo o presidente Juan Manuel Santos, a comissão é liderada pelo chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Militares, general Javier Flórez, que está acompanhado por três coronéis do Exército, da Força Aérea e da Polícia Nacional, e um capitão de navio da Marinha.

“A comissão de militares ativos que estão viajando neste momento, é do mais alto nível, liderada pelo general Flórez, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Militares”, confirmou Santos.

O general Flórez é o número dois das Forças Militares, comandadas pelo general Juan Pablo Rodríguez Barragán.

Apesar de não terem sido filtrados os nomes dos outros integrantes da delegação, fontes oficiais indicaram à Agência Efe que se trata de oficiais com categoria de coronel no caso do Exército, Força Aérea e Polícia, e a Marinha estará representada pelo cargo equivalente desta força, capitão de navio.

No entanto, ressaltou Santos, estes cargos não viajam para participar de um novo ciclo de negociações, mas para a criação de uma subcomissão que preparará o quinto ponto, que não tem data de início já que o quarto ponto ainda se encontra em desenvolvimento, e se refere às vítimas.

O diálogo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) iniciou em Cuba em novembro de 2012 e o atual ciclo de conversas, iniciado em 16 de agosto, pode se prolongar até final de ano, em virtude do tempo necessário para preparar os documentos que acompanharão as conclusões sobre o mesmo.

Será um texto elaborado pela chamada Comissão Histórica, formada por 12 acadêmicos, que buscará elaborar um relatório para esclarecer as causas do conflito armado e cuja apresentação será realizada hoje em Havana.

Por isso, Santos explicou que os altos comandantes militares estão indo a Cuba para estudar como implementar o quinto ponto, de fim do conflito.

“Trata-se de estudar as alternativas, os mecanismos, as possibilidades e as experiências que tiveram e ver como em um conflito tão complexo como o nosso, podemos ir desenhando esse passo, que seria o passo final, o passo definitivo para conseguir a paz”, destacou o presidente.

Para o líder, é “lógico” que as Forças Armadas “tenham um papel na terminação do conflito”.

“Esse processo não pode ser feito sem o conselho, sem o concurso, sem a participação das Forças Militares e da Polícia”, ressaltou Santos.

Além disso, Santos destacou em seu discurso a relevância histórica do debate sobre a entrega de armas, que é tratado pela primeira vez desde que começou há meio século o conflito armado na Colômbia. EFE