Combates em região separatista do Azerbaijão deixam 71 armênios mortos
Baku, 4 ago (EFE).- Os combates dos últimos dias na região separatista de Nagorno Karabakh, no Azerbaijão, deixaram 71 militares armênios mortos, segundo o general Rovshan Akperov, comandante do exército azerbaijano, informou nesta segunda-feira a imprensa local.
“No curso dos combates 71 militares armênios morreram e 80 ficaram feridos”, disse Akperov ao entregar uma condecoração à família de um soldado azerbaijano caído em ação.
O general afirmou que as forças do Azerbaijão destruíram várias posições fortificadas armênias.
“Estamos combatendo com armas leves. Ainda não utilizamos outro tipo de armamento. Se tivéssemos feito, não teria sobrado ninguém”, disse.
De acordo com dados do Ministério da Defesa do Azerbaijão, nos combates dos últimos dias em Nagorno Karabakh morreram 14 soldados do país.
As hostilidades entre azerbaijanos e armênios voltaram com intensidade na quinta-feira da semana passada, por isso a OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa), encarregada de supervisionar o cessar-fogo desde 1994, pediu uma reunião urgente entre os chefes de ambos os Estados.
O encontro entre os presidentes do Azerbaijão, Ilham Aliyev, e da Armênia, Serge Sargsian, poderia ocorrer nesta semana, segundo as autoridades de Erevan (capital da Armênia).
O presidente da OSCE, o suíço Didier Burkhalter, junto aos presidentes do Grupo de Minsk, integrado pela Rússia, Estados Unidos e França, expressaram sua profunda preocupação pela explosão da violência na linha de contato armênio-azerbaijana.
Os líderes pediram a Aliyev e Sargsian para que adotem medidas urgentes para diminuir as tensões, respeitar o cessar-fogo e retomar as negociações, “única via para trazer a paz e uma autêntica reconciliação aos habitantes da região”.
Os presidentes dos dois países, que se enfrentam desde 1988 pela soberania do enclave separatista de Nagorno Karabakh, irão se encontrar no balneário russo de Sochi, previsivelmente sob mediação russa.
O conflito entre os dois países vizinhos do Cáucaso Sul remonta aos tempos da antiga URSS, quando o território azerbaijano de Nagorno Karabakh, de maioria armênia, pediu sua incorporação à vizinha Armênia. Em seguida, explodiu uma sangrenta guerra que deixou 25 mil mortos.
As tropas do território separatista e armênias ocupam todo o enclave e outros sete distritos do Azerbaijão, o que permitiu unir Nagorno Karabakh à Armênia e criar uma “faixa de segurança” que representa um terço do território azerbaijano. EFE
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