Combates entre exército e rebeldes no Burundi deixam 99 mortos
Nairóbi, 5 jan (EFE).- Um total de 99 pessoas morreram nos enfrentamentos dos últimos dias entre supostos rebeldes e as forças da ordem burundinesas na província de Cibitoke, no nordeste de Burundi, informaram nesta segunda-feira os meios de comunicação locais.
Os combates, que se prolongaram durante pelo menos quatro dias, começaram quando um grupo de milicianos não-identificado atacou localidades da fronteira burundinesa com a República Democrática do Congo.
Segundo o porta-voz da Força de Defesa Nacional (FDN), o coronel Gaspard Baratuza, os combates com os rebeldes terminaram com a morte de 95 atacantes, dois militares e dois civis.
A FDN vincula estes ataques com a proximidade das eleições presidenciais do próximo mês de junho e acredita que o objetivo dos rebeldes era instalar sua base na reserva de Kibira, no norte do país.
Meios de comunicação locais como o jornal “Iwacu” criticaram o “silêncio total” e “a censura” do governo a respeito, já que ainda não se sabe nada sobre a identidade dos rebeldes.
A esta denúncia se uniu o secretário-geral de ADC-Ikibiri, partido político na oposição, Leonce Ngendakumana, que condenou o modo como o governo burundinês manejou a crise, segundo recolhe o mesmo jornal.
Ngendakumana denunciou, além disso, supostos casos de execuções extrajudiciais perpetrados contra os rebeldes capturados pelo Exército burundinês.
As tensões políticas estão aumentando no Burundi enquanto o presidente, Pierre Nkurunziza, parece estar pressionando para se apresentar a um terceiro mandato nas eleições de junho, o que suporia uma violação da Constituição burundinesa.
Após sua independência da Bélgica em 1962, a história do país esteve marcada pela violência étnica, incluindo dois fatos qualificados como genocídio: o massacre de hutus pelo Exército dominado por tutsis em 1972 e o assassinato em massa de tutsis por hutus em 1993. EFE
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