Combates entre milícias na Líbia deixam pelo menos 13 mortos

  • Por Agencia EFE
  • 03/02/2015 10h29
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Trípoli, 3 fev (EFE).- Pelo menos 12 soldados afins ao general rebelde Khalifa Hafter e um miliciano das forças islamitas Maylis al Shura morreram na noite de segunda-feira em combates perto da cidade de Darna, no leste da Líbia, informaram à Agência Efe fontes de segurança.

Segundo as fontes, outros 25 milicianos do ex-oficial das forças do antigo regime de Muammar Kadafi ficaram feridos nos enfrentamentos, ocorridos na cidade de Ain Mara, nas proximidades de Benghazi, a segunda cidade do país.

As forças de Hafter lançaram um foguete classe “Grad”, que caiu perto do hospital Al Kuba, sem causar vítimas e danos, e bombardearam com artilharia pesada um mercado na cidade de Laithi, próxima a Benghazi, agregaram.

Os combates ocorreram ao mesmo tempo que o enviado especial da ONU para a Líbia, Bernardino León, se encontrava em Trípoli para tentar retomar as conversas de paz e restabelecer a trégua estipulada em meados de janeiro, que só durou algumas horas.

Em entrevista coletiva em Trípoli depois de se reunir com os representantes do Congresso Geral Nacional -governo rebelde não reconhecido pela comunidade internacional- León recalcou que, uma vez conseguida essa meta, o seguinte passo será a formação de um gabinete transitório de consenso nacional que restabeleça e afiance a segurança no país e reinicie a fracassada transição política.

“O objetivo é continuar com o diálogo em território líbio, parar os ataques, discutir sob os princípios da revolução do 17 de fevereiro e assentar as bases da democracia”, acrescentou.

“Foi quebrada uma linha e agora existem esperanças de superar a crise com ajuda das Nações Unidas e a comunidade internacional. É um dia muito importante, um dia que será recordado porque envia muitas mensagens”, recalcou León, antes de reiterar sua preocupação pelo contínuo deterioração da segurança no país.

Por sua vez, Mohamad Amzab, membro do Congresso Geral Nacional, indicou que este está muito satisfeito de que a negociação continue em território líbio, já que essa era uma das principais reivindicações do governo rebelde.

“O encontro com Bernardino León e sua equipe foi muito positivo. Foram trocadas todos os tipos de ideias e opiniões e veremos o início do diálogo, uma de nossas principais exigências”, afirmou Amzab.

O general Hafter -apoiado pelo vizinho Egito e os Emirados Árabes Unidos e pelo Exército regular líbio- lançou em maio de 2014 uma ofensiva militar contra as milícias em Benghazi, que abriu uma frente pelo controle da cidade no qual morreram centenas de pessoas, incluídos civis.

Nas últimas semanas, o antigo oficial do Exército gadafista ampliou sua ofensiva ao oeste do país, onde também ataca posições das forças islamitas de Fayer Líbia (Amanhecer da Líbia) e seus aliados.

A Líbia é um estado fracassado, vítima do caos e da guerra civil, desde que em outubro de 2011 a Otan apoiou com bombardeios aéreos os rebeldes e contribuiu para derrubar o regime ditatorial de Kadafi.

Desde então, esta nação mediterrânea está dividida, com um governo rebelde em Trípoli e outro internacionalmente reconhecido em Toubruk.

Ambos lutam pelo controle da política e dos recursos naturais apoiados por seguidores do antigo regime, milícias islamitas e nacionalistas, líderes tribais e senhores da guerra que traficam com armas, pessoas e drogas. EFE

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