Começa a funcionar com polêmica primeira represa no rio Brahmaputra

  • Por Agencia EFE
  • 24/11/2014 11h10

Pequim, 24 nov (EFE).- A primeira central hidrelétrica no rio Brahmaputra começou a funcionar na região do Tibete (sudoeste da China) após cinco anos de obras nas quais Índia e Bangladesh, os outros países da bacia, expressaram seu temor de que o reservatório afete sua economia e meio ambiente.

A represa de Zangmu, a 3.300 metros acima do nível do mar, representou um investimento de US$ 1,5 bilhão, e seu primeiro gerador começou a funcionar neste domingo, enquanto outros cinco serão ligados antes do final de 2015, informou a agência oficial “Xinhua”.

A instalação terá uma capacidade total instalada de 510 megawatts e gerará anualmente 2,5 bilhões de quilowatts/hora de eletricidade, principalmente destinados à região do Tibete, onde são frequentes os problemas de abastecimento de energia elétrica especialmente nos meses de inverno.

O reservatório, segundo os especialistas chineses, aumenta em 25% a capacidade de geração elétrica do Tibete, uma das regiões menos desenvolvidas da China.

A construção da represa no Brahmaputra (rio que na China é conhecido por seu nome tibetano, Yarlung Tsanpo) foi objeto de receios por parte dos outros países por onde este rio flui, especialmente na Índia, onde se criticou em muitas ocasiões o possível impacto ambiental que a represa poderia ter.

A China assegura que a construção de Zangmu foi realizada levando em conta de forma especial a proteção do meio ambiente, e para isso se investiram US$ 52 milhões em projetos paralelos à represa tais como unidades de tratamento de resíduos e áreas de proteção da fauna fluvial.

No entanto, o fato de que as autoridades chinesas mantivessem certo segredo sobre a construção da usina hidrelétrica e o temor de que a China crie outras quatro represas projetadas no mesmo curso alto do rio mantêm os receios.

O Brahmaputra, rio sagrado para os hindus, flui por mais de 2.900 quilômetros e forma junto ao Ganges o maior delta do mundo, em Bangladesh e Índia ocidental. EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.