Começa campanha para eleições antecipadas no Japão

  • Por Agencia EFE
  • 02/12/2014 01h09

Tóquio, 2 dez (EFE).- Os partidos políticos japoneses iniciaram nesta terça-feira a campanha para as eleições antecipadas para a Câmara Baixa do Japão, que acontecerão dentro de 12 dias e nas quais o partido governante, liderado por Shinzo Abe, tentará renovar seu mandato.

Mais de 1,1 mil candidatos concorrem às 475 cadeiras da Câmara Baixa japonesa (cinco a menos que na atual legislatura) nestas eleições, informou a emissora estatal “NHK”.

O Partido Liberal-Democrata (PLD) parte como claro favorito para obter uma nova vitória no dia 14, numa campanha em que as atenções estarão concentradas nas propostas econômicas das principais forças políticas.

O PLD ocupa atualmente 294 cadeiras, uma grande maioria que poderia ser mantida e, inclusive, ampliada, se as intenções de voto da última pesquisa realizada pela agência “Kyodo”, que mostra 28% de apoio ao partido de Abe, forem confirmadas.

As eleições foram convocadas pelo primeiro-ministro como um “referendo” sobre sua estratégia econômica, conhecida como “Abenomics”, para tirar o Japão da deflação crônica através de estímulos fiscais, flexibilização monetária e investimentos públicos.

Em particular, Abe procura o apoio dos eleitores para adiar, até 2017, o novo aumento do imposto sobre o consumo, de 8% para 10%, uma medida que foi aprovada pelo parlamento em 2012 e que entrará em vigor no ano que vem.

O adiamento do aumento desse imposto foi o principal motivo que levou o governo a dissolver a Câmara dos Representantes para convocar eleições antecipadas, depois que os últimos dados do Produto Interno Bruto (PIB) mostraram que o país entrou, de novo, em recessão técnica.

O atual parceiro de governo do PLD, o partido budista Novo Komeito, também renovaria sua presença parlamentar com aproximadamente 12% das cadeiras e, com isso, permitiria que Abe continuasse à frente do Executivo, segundo a pesquisa da agência “Kyodo”.

A principal força de oposição, o Partido Democrático (PD), continua sofrendo o desgaste que o tirou do poder há dois anos e não representa hoje nenhuma ameaça crível para a hegemonia do PLD, segundo as pesquisas.

O PD, que aposta em uma alternativa ao “Abenomics”, com foco no aumento do poder aquisitivo da classe média, conseguiria 10,3% dos votos, o que reduziria ainda mais sua atual presença parlamentar de 57 cadeiras, de acordo com as pesquisas.

Além da economia, o PD e outros partidos menores da oposição, como o conservador e populista Partido pela Restauração do Japão, o Partido Comunista e o nacionalista Seu Partido, tentarão convencer os eleitores no debate sobre outros temas polêmicos da agenda do partido governante.

Entre eles se destacam a reativação da energia nuclear e a revisão do artigo pacifista da Constituição japonesa para dar ao país asiático um papel militar mais ativo em nível internacional. EFE

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