Começa na Irlanda do Norte investigação sobre abusos de menores

  • Por Agencia EFE
  • 13/01/2014 14h45

Dublin, 13 jan (EFE).- Um tribunal especial iniciou nesta segunda-feira a maior investigação pública desenvolvida no Reino Unido sobre abusos cometidos contra menores em instituições dirigidas por religiosos e organismos estatais da Irlanda do Norte entre 1922 e 1995.

A chamada Investigação sobre Abusos Institucionais Históricos examinará em sessões públicas durante os próximos 18 meses quase 500 denúncias apresentadas desde que o governo autônomo norte-irlandês anunciou que estabeleceria o tribunal especial em 2012.

O executivo de Belfast de poder compartilhado entre católicos e protestantes pôs à frente das pesquisas o juiz aposentado Anthony Hart, que acompanhará um grupo de analistas para determinar se existiram abusos físicos, sexuais ou emocionais contra menores entre 1922 e 1995.

“Pode ser um processo difícil para os envolvidos, mas esperamos que todos os que foram chamados a ajudar, desde o governo até as instituições, colaborem de uma maneira justa, aberta e de coração para não desperdiçar esta oportunidade”, disse hoje Hart na primeira sessão.

O tribunal também quer descobrir se as autoridades e as instituições que foram responsáveis pelos cuidados dos menores durante esses 73 anos cometeram falharam em protegê-los.

Mais de 300 pessoas vão prestar depoimentopara ajudar a esclarecer as condições de vida em centros de amparo como orfanatos, internatos e hospitais da Irlanda do Norte, muitos deles dirigidos por ordens religiosas.

Hart afirmou que as testemunhas podem estar seguras que suas histórias “serão escutadas e investigadas” e, caso que este tribunal entenda que foi cometido um delito, advertiu, a informação será entregue às forças da ordem.

O governo norte-irlandês decidiu iniciar uma investigação independente depois que várias semelhantes realizadas na vizinha República da Irlanda revelassem nos últimos anos que milhares de crianças sofreram abusos sexuais, físicos e emocionais desde o início do século XX.

Os tribunais estabelecidos pelo executivo de Dublin também denunciaram as práticas adotadas pelas autoridades do país e pela Igreja Católica irlandesa para ocultar os maus-tratos e proteger os religiosos pedófilos.

O juiz Hart deve concluir as vistas públicas em junho de 2015 e apresentar um relatório final em janeiro de 2016 ao escritório do primeiro-ministro norte-irlandês, o unionista Peter Robinson, e de seu adjunto, o nacionalista Martin McGuinness. EFE

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