Começou hoje em Medellín o VII Fórum Urbano Mundial da ONU

  • Por Agencia EFE
  • 07/04/2014 21h45

Medellín (Colômbia), 7 abr (EFE).- O VII Fórum Urbano Mundial de ONU-Habitat foi aberta nesta segunda-feira em Medellín com o debate focado na crescente desigualdade nas cidades e com a cidade anfitriã como exemplo de superação.

O prefeito de Medellín, Aníbal Gaviria, disse durante a abertura que esta cidade é “o referencial real” que os problemas urbanos como segurança, mobilidade e migrações “podem ser superados com a simples combinação de bons governos e uma sociedade participativa”.

Gaviria enumerou alguns exemplos “da transformação, da metamorfose” de Medellín, que era nos anos 80 e 90 uma das cidades mais violentas do mundo e hoje se abre como uma cidade inovadora.

O prefeito destacou que os programas sociais iniciados nos últimos anos contribuíram “com conquistas tão transcendentais como a diminuição dos 92% na taxa de homicídios nas últimas duas décadas” na cidade.

“Medellín não é uma cidade resolvida, há desigualdades, há injustiças, mas é uma cidade que demonstrou que é possível avançar, que se pode deixar para trás a dor, que se pode derrotar a escuridão; é uma cidade resiliente, uma cidade que inspira”, manifestou o prefeito na inauguração.

Gaviria convidou os participantes a “construírem cidades justas porque as cidades modernas foram modelos eficientes para construir riqueza, mas menos eficientes para construir igualdade”.

A abertura do Fórum Urbano Mundial teve a participação do presidente colombiano, Juan Manuel Santos, e do diretor-executivo da ONU-Habitat, Joan Clos, ex-prefeito de Barcelona.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, enviou uma mensagem que foi projetada no ato de abertura.

Ban chamou os participantes do fórum a enfrentarem desafios tão profundos como o do aumento da desigualdade urbana no mundo, que é regida por alinhamentos sociais, políticos e econômicos.

“As pessoas deveriam ter melhores oportunidades em suas vidas urbanas, temos que melhorar o desenvolvimento para eliminar a pobreza extrema, que é um tema fundamental para a agenda do pós 2015”, reivindicou Ban.

Sergio Fajardo, governador de Antioquia e ex-prefeito da capital, Medellín, explicou que a estratégia de transformação da cidade colombiana se baseou em três conceitos fundamentais: “a dignidade, o respeito e as capacidades, e tudo isso se traduz em uma palavra, o reconhecimento”.

“Trocamos a pele desta terra, que esteve submetida ao medo semeado pelos violentos e às esmolas dos corruptos”, disse Fajardo, que se vangloriou que agora Medellín e toda Antioquia têm “outra forma de entender a educação formal, a ciência, a tecnologia, a inovação e a cultura”.

Durante os cinco dias do VII Fórum Urbano Mundial, passarão por Medellín prefeitos de grandes cidades como São Paulo, Santiago, Johanesburgo e Barcelona, além de analistas como o Prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz. EFE

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