Comediante Dieudonné recorre de proibição francesa de se apresentar em Nantes

  • Por Agencia EFE
  • 08/01/2014 09h45
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Paris, 8 jan (EFE).- O polêmico humorista Dieudonné, que o Executivo francês tenta vetar por suas repetidas piadas antissemitas, apresentou nesta quarta-feira um recurso contra a proibição governamental de apresentar seu espetáculo amanhã em Nantes, onde inicia uma nova viagem, informaram seus advogados.

O comediante tenta frear assim a suspensão ditada ontem pelo prefeito dessa cidade do leste da França, em virtude de uma ordem do ministro do Interior, Manuel Valls.

Se os juízes não decidirem a favor do comediante, seu advogado apresentará um recurso perante o Conselho de Estado, máxima instância de litígios administrativos na França.

O Ministério do Interior enviou ontem uma circular aos delegados do governo com competências nas 22 cidades às quais Dieudonné quer levar seu espetáculo “Le Murr”, que já estreou em Paris, descrevendo o material legal a utilizar para impedir a representação do comediante sem ir de encontro ao direito à liberdade de expressão.

Da mesma forma que Nantes, outra cidades como Orleans, Tours, Bordeaux e Caen, também proibiram os espetáculos do humorista.

Condenado sete vezes definitivamente por injúrias racistas, Dieudonné está no ponto de mira do governo depois de fazer várias piadas envolvendo dois jornalistas de origem judaica e câmaras de gás.

Além de tentar evitar que o ator subisse aos palcos, argumentando que o que faz “não é arte, mas discursos políticos que ofendem a dignidade das pessoas”, o Estado francês investiga também a situação fiscal de Dieudonné, francês de origem camaronesa.

O comediante, que se declara insolvente, não pagou os mais de 60 mil euros de multas a que foi condenado.

A sociedade com a qual trabalha, seus direitos autorais e os lucros de suas peças de marketing, como bonés e camisetas, estão no nome de sua namorada e de sua mãe.

Além disso, e segundo o diário “Le Monde”, o humorista pode estar utilizando seu país de origem, Camarões, para lavar dinheiro através de uma empresa de fachada em nome de um de seus filhos.

Segundo o jornal, Dieudonné enviou a Camarões 400 mil euros desde 2009 e, só em 2013, 230 mil euros. EFE

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