Comércio e transporte centram reunião entre Mujica e Michel Temer
Montevidéu, 23 set (EFE).- O comércio, o transporte fluvial e a aplicação dos acordos bilaterais em matéria tarifária marcaram a reunião desta terça-feira entre o vice-presidente Michel Temer e o presidente do Uruguai, José Mujica, em Montevidéu.
Segundo informou o site da presidência uruguaia, a integração regional também fez parte do diálogo entre Mujica e Temer, de visita oficial no país vizinho.
Após a reunião com o líder uruguaio, Temer indicou que acelerará os trâmites para que o Brasil aplique um acordo já assinado entre ambos para a reciprocidade tributária de tarifas dos produtos das zonas francas.
O acordo, segundo explicou o chanceler interino do Uruguai, Luis Porto, implica que ambos países não cobrem tarifas aos produtos originais de suas zonas francas do Uruguai e de Manaus.
“Esse acordo ainda não foi internalizado no Brasil, motivo pelo qual há algumas semanas na alfândega do Brasil começaram a cobrar as tarifas aos produtos uruguaios que saem de zonas francas”, detalhou Porto.
No entanto, como o Uruguai já aplicou o acordo, não está cobrando essas tarifas aos produtos provenientes de Manaus.
Temer se comprometeu perante Mujica que esse pacto será aplicado o mais rápido possível.
Além disso, o vice-presidente confirmou que, no marco da ampliação da infraestrutura brasileira, um dos pontos centrais será incentivar a hidrovia, o sistema de transporte fluvial que une o sul do Brasil com Uruguai e Paraguai.
Nesse sentido, Porto advertiu que a base econômica é fundamental para fortalecer os processos de integração regional e daqui a 20 ou 30 anos a região inteira – Bolívia, Paraguai, Brasil, Argentina e também o Uruguai – fornecerá ao mundo matérias-primas, energia e grãos.
“Por onde pode sair essa produção? Estiveram falando precisamente que a forma mais barata é que saia por via fluvial e por isso a necessidade de fortalecer a hidrovia, que implica que todos os países envolvidos tenham uma maior presença em matéria de investimentos e de complementação de investimentos”, opinou o chanceler interino.
Segundo Porto, este tema é “um exemplo notório de fortalecimento da integração sul-americana em um mundo que se tornou multipolar”. EFE
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