Comércio está pessimista quanto à inflação em 2015 e cidadão terá de bancar repasse dos custos energéticos

  • Por Jovem Pan
  • 09/02/2015 11h30

O consumidor também pagará pelo aumento do preço da energia para a indústria e o comércio está pessimista quanto à inflação em 2015. Além da tarifa doméstica mais cara, o cidadão terá de bancar o repasse dos custos energéticos maiores do setor produtivo e varejo.

A pesquisa Datafolha revelou que 8 em cada 10 brasileiros esperam aumento dos preços nos próximos meses. Economistas falam em um orçamento pessoal cada vez mais espremido, com reajustes nas gôndolas de supermercados e nas contas e boletos. Em fevereiro, entram em cena a alta nos tributos sobre combustíveis anunciada em janeiro e os reajustes nas matrículas escolares.

O assessor econômico da Federação do Comércio, Fábio Bina, alertou sobre os efeitos da inflação para o consumidor: “a inflação corroeu uma parcela maior ainda e vai continuar corroendo parcelas um pouco maiores do que a gente esperava do orçamento doméstico. Não tem jeito, o consumo vai sofrer também. Você pode esperar um ano de crescimento muito fraco e de consumo muito fraco”.

No mês de janeiro, a poupança teve a maior saída de recursos da história, sinal de que o brasileiro pode estar com mais gastos do que pode pagar. Márcia Dessen, sócia-diretora da Brazilian Management Institute, ressaltou a importância do planejamento financeiro nesses momentos. “Dado este cenário de muita incerteza, aumento de preços, inflação ainda pouco controlada, reforça a necessidade de aumentar o planejamento financeiro das famílias. Fundamental planejar antes de fazer despesa, para tentar reduzir as despesas do orçamento doméstico”, explicou.

O IPCA, a inflação oficial do país, deve fechar o ano de 2015 entre 7,3% e 7,5%, acima do teto da meta. A projeção anterior era de 6,8%, mas foi elevada depois de novas estimativas oficiais sobre os repasses de custos do setor elétrico às tarifas.

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