Comissão da Verdade descarta que JK tenha sido assassinado

  • Por Agencia EFE
  • 22/04/2014 17h45

Brasília, 22 abr (EFE).- A Comissão Nacional da Verdade que investiga os abusos cometidos durante a ditadura militar (1964-1985), descartou nesta terça-feira que o ex-presidente Juscelino Kubitschek tenha sido assassinado em 1976 e confirmou que o acidente de carro que o matou não foi proposital.

Os peritos da comissão apresentaram hoje em Brasília o relatório preliminar sobre a morte de JK, presidente entre 1955 a 1960, e afirmaram que o motivo do acidente não foi uma sabotagem do veículo ou um atentado contra o automóvel dele, que se chocou frontalmente contra um caminhão.

“Com toda convicção, não existem elementos materiais que sugiram um atentado. Não resta mais dúvida de que a morte do presidente foi causada por um acidente automobilístico”, afirmou o perito Pedro Cunha.

Segundo o relatório, se o automóvel tivesse sido alcançado por um tiro ou sofrido uma sabotagem mecânica, o motorista de JK, Geraldo Ribeiro, teria feito algum movimento brusco para corrigir o rumo, o que não ocorreu de acordo com o laudo realizado na época.

O relatório também descartou as suspeitas sobre um fragmento metálico encontrado no crânio do motorista em uma autópsia realizada em 1996 ao provar que este objeto era um prego do caixão em que foi enterrado.

As suspeitas de que JK tivesse sido vítima de um atentado levaram vários membros da Comissão da Verdade do estado de São Paulo a solicitar ao governo federal que reconhecesse ter se tratado de um assassinato.

Juscelino Kubitschek foi o responsável pela construção de Brasília, inaugurada no último ano de seu mandato, em 1960.

Ele morreu em 22 de agosto de 1976 em um acidente na rodovia Presidente Dutra, que liga São Paulo e Rio de Janeiro, na altura do município de Resende.

A Comissão da Verdade também investiga a morte do ex-presidente João Goulart, que morreu no exílio na Argentina em 1976 e que, segundo denúncias de sua família, poderia ter sido envenenado por ordem dos militares que o derrubaram em 1964. EFE

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