Comissão Eleitoral da Moldávia confirma vitória de partidos pró-UE
Moscou, 3 dez (EFE).- A Comissão Eleitoral Central da Moldávia confirmou nesta quarta-feira, ao término da apuração, a vitória no pleito legislativo do domingo passado dos três partidos pró-União Europeia que integram a atual coalizão governante.
Com mais de 45% dos votos, essas três legendas liberais obtêm cerca de 60 cadeiras no parlamento dessa antiga república soviética limítrofe com a Romênia, mais que suficientes para formar governo.
O Partido Liberal Democrático do ex-primeiro-ministro Vlad Filat conseguiu 21,16% dos votos; o Partido Democrático, 15,8%, e o Partido Liberal, 9,67% dos sufrágios.
Essas formações compõem a coalizão que governa, desde maio de 2013, um dos países mais pobres do continente, que tem assinado um Acordo de Associação com a União Europeia.
No entanto, a segunda força mais votada, com 20,51%, foi o Partido Socialista, cujo líder Igor Dodon, antigo deputado comunista, recebeu antes da eleição o respaldo do presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Por sua vez, os comunistas, que governaram o país entre 2001 e 2009, alcançaram 17,48% dos sufrágios, um resultado muito pior que o esperado, já que, segundo as pesquisas, lideravam a corrida eleitoral duas semanas antes da votação.
Tanto os socialistas como os comunistas defendem o fim do Acordo de Associação com a UE, por considerar que, entre outras coisas, deixa a porta aberta a um possível ingresso na Otan, ao que se opõe terminantemente o Kremlin, como no caso da Ucrânia.
As eleições foram validadas pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), mas, por outro lado, muito criticadas pela Rússia, que denunciou hoje “graves violações”.
Entre outras coisas, a chancelaria russa criticou a decisão “sem precedentes” de expulsar, a três dias do fechamento da campanha eleitoral, o partido Pátria, que defende que a Moldávia se integre com a Rússia na União Aduaneira.
Essa legenda, que superava em intenções de voto o Partido Liberal, foi expulsa da corrida eleitoral pela Corte Suprema da Moldávia após ser acusada de receber financiamento ilegal do exterior.
A diplomacia russa denunciou também as dificuldades com que se toparam os emigrantes moldávios residentes na Rússia para exercer seu direito ao voto.
“Está claro que, quando abriram cinco colégios eleitorais na Rússia para centenas de milhares de cidadãos moldávios que têm direito a votar, a maioria deles se viram privados de exercer esse direito”, lamentou a chancelaria russa. EFE
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