Comissão Europeia cobra melhorias trabalhistas após desabamento em Bangladesh
Bruxelas, 24 abr (EFE).- A Comissão Europeia (CE) reconheceu nesta quinta-feira melhoras nos direitos trabalhistas e no nível de segurança dos trabalhadores em Bangladesh após o desabamento há um ano de um complexo de confecção têxtil no qual morreram mais de mil pessoas, mas pediu ao país que ainda faça mais progressos.
“Vimos progressos significativos nessas áreas nos últimos meses, mas é preciso fazer mais”, indicou em comunicado o porta-voz comunitário de Comércio, John Clancy, que deixou claro que progressos “substanciais” no âmbito laboral são “importantes para que Bangladesh siga tendo um acesso preferencial ao mercado da União Europeia (UE)”.
O desabamento do Rana Plaza, nos arredores de Daca, a capital, deixou há um ano 1.138 mortos e mais de dois mil feridos.
Nesse complexo eram produzidas roupas para muitas das maiores cadeias têxteis do mundo mediante subcontratos, e seu desabamento supôs a maior tragédia laboral da história de Bangladesh, um destino de primeira ordem deste setor por sua mão-de-obra barata.
Clancy assinalou que essa tragédia revelou “graves deficiências” na segurança e nos direitos trabalhistas dos trabalhadores de Bangladesh na indústria da confecção orientada à exportação, e que “tinha que ser um ponto de inflexão para as questões de segurança e trabalhistas” nesse país.
O porta-voz lembrou que a UE, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e as autoridades bengaleses responderam à tragédia com uma iniciativa conhecida como “pacto de sustentabilidade”, que foi aderido pelos Estados Unidos.
Esse plano inclui compromissos concretos orientados a melhorar os níveis de segurança e saúde dos trabalhadores e promover condutas empresariais responsáveis e maior respeito aos direitos trabalhistas, levando em conta especialmente os direitos de liberdade de associação e de negociação coletiva.
O porta-voz destacou que a UE segue disposta a ajudar Bangladesh com suas reformas e que está controlando a implementação do “pacto de sustentabilidade”, sobre o qual fará uma avaliação mais completa no primeiro aniversário da iniciativa, em julho deste ano. EFE
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