Comissão Europeia diz que Grexit teria sido erro, e pede cumprimento de pacto
Bruxelas, 15 set (EFE).- A Comissão Europeia (CE) afirmou nesta terça-feira que a saída da Grécia da zona do euro teria sido “um erro” e pediu que agora os esforços se concentrem em cumprir o programa associado ao terceiro resgate concedido ao país, com a aplicação das reformas combinadas.
“Não compartilho a análise de que o novo acordo com a Grécia é um falha. Acredito que é um sucesso termos alcançado este acordo, apesar das circunstâncias muito difíceis, apesar de um debate muito controvertido”, afirmou o vice-presidente da CE para o Euro, Valdis Dombrovskis, durante uma audiência da Comissão de Assuntos Econômicos e Monetários do parlamento Europeu.
“Agora, temos que nos concentrar realmente em aplicar o programa, implementar as reformas estruturais que estão aí para restaurar a estabilidade financeira na Grécia e para devolver a Grécia ao caminho do crescimento”.
Dombrovskis disse que o “compromisso da Comissão Europeia de trabalhar para realmente garantir que este programa alcance seus objetivos”.
O vice-presidente da CE afirmou que um dos problemas das negociações foi realmente a erosão da confiança entre o governo grego e seus sócios europeus, o que tornou necessário “muitos esforços para reconciliar estas diferenças” para alcançar um acordo.
“Uma das consequências desta falta de confiança é que o programa tem um caráter muito anticipativo, ou seja, há várias medidas tomadas em muito pouco tempo, e sabemos que o parlamento grego aprovou três pacotes com reformas de grande envergadura antes de que se fizesse nenhum desembolso ao país”, disse.
“Mas agora, as coisas parecem que estão voltando a se reorganizar e há um claro compromisso de todos os grandes partidos políticos na Grécia com o programa”, acrescentou.
O comissário europeu de Assuntos Econômicos e Monetários, Pierre Moscovici, destacou durante a audiência que o relatório dos cinco presidentes das principais instituições comunitárias sobre como aprofundar a União Econômica e Monetária tem “forte ambição” para o futuro europeu.
No entanto, reconheceu também que este documento, apresentado em 22 de junho, “não tem todas as respostas para todas as perguntas”, e apontou que boa parte das medidas propostas ali, como a criação de um tesouro europeu, estão previstas para uma “segunda fase”, a partir de 2017, e que no momento estão menos definidas.
Dombrovskis indicou que, para completar a união monetária, será necessário eventualmente uma mudança nos Tratados da União Europeia, um processo que, indicou, afetará os vinte e oito países-membros da União. EFE
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