Comissão Europeia diz que “não” distancia Grécia dos parceiros do euro

  • Por Agencia EFE
  • 06/07/2015 10h05
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Bruxelas, 6 jul (EFE).- O vice-presidente da Comissão Europeia (CE) para o Euro, Valdis Dombrovskis, afirmou nesta segunda-feira que a vitória do “não” no referendo da Grécia aumenta a distância entre este e seus parceiros do euro.

“A CE toma nota do resultado do referendo realizado ontem na Grécia. Respeitamos a escolha democrática do povo grego. O resultado do “não”, infelizmente, aumenta a distância entre Grécia e outros países da zona do euro”, disse Dombrovskis em entrevista coletiva.

“Não há uma saída fácil para esta crise. Foi perdido tempo demais, além de oportunidades”, disse o vice-presidente, que mostrou a disposição da CE em começar “imediatamente” novas negociações com a Grécia, embora tenha lembrado que para isso é necessário antes uma decisão do Eurogrupo a respeito.

Dombrovskis disse também que o resultado do referendo, no qual 61,3% dos eleitores optaram pelo “não” às últimas propostas dos credores de Atenas, “não põe em questão a estabilidade do euro”.

“A CE e as autoridades da zona do euro estão dispostas a fazer tudo o que for necessário para preservar a estabilidade financeira do euro”, disse Dombrovskis, questionado se temia que outros países da zona do euro, como os do sul, sofressem um contágio.

O político letão assinalou, além disso, que “uma coisa está clara: o lugar da Grécia está e seguirá sendo na Europa”.

Dombrovskis também indicou que a Comissão “segue disposta a encontrar uma solução, mas realmente para isso necessitamos do mandato do Eurogrupo”, e pediu “a todas as partes” que trabalhem “muito seriamente e responsavelmente” para conseguir uma solução.

O vice-presidente advertiu também que o acordo de novembro de 2012 pelo qual a zona do euro discutiria um possível alívio da dívida da Grécia estava sujeito à conclusão “bem-sucedida” do segundo programa de resgate ao país, que expirou na terça-feira sem ter conseguido um consenso.

Dombrovskis insistiu que um “sim” teria lançado um sinal positivo à Europa e que a vitória do “não” complica a situação a partir de agora, de modo que considerou que “vai haver poucos ganhadores nesta situação”.

O vice-presidente também lembrou que, como advertiu o presidente da CE, Jean-Claude Juncker, um voto negativo “debilitaria espetacularmente a posição negociadora do governo grego e dificultaria as coisas”. EFE

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