Comissão Europeia: Juncker traça equipe de comissários após virar presidente

  • Por Agencia EFE
  • 31/08/2014 08h04

Bruxelas, 31 ago (EFE).- O presidente eleito da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, começa a partir deste domingo a desenhar sua equipe de comissários sobre a base das ideias que tem em mente, uma tarefa que fica mais fácil agora que é conhecido o nome da chefe da diplomacia europeia, mas que deve levar algum tempo.

O ex-primeiro-ministro de Luxemburgo tem “três ou quatro” modelos na cabeça sobre como poderia ser a equipe de comissários que dirigirá durante os próximos cinco anos, disseram à Agência Efe fontes próximas a Juncker.

O luxemburguês prevê revelar sua equipe no dia 9 ou 10 de setembro, segundo as mesmas fontes.

A partir da nomeação da italiana Federica Mogherini como chefe da diplomacia europeia, o político democrata-cristão pode repartir as pastas aos candidatos propostos com por capitais com “plena autonomia”.

A Espanha, com o ex-ministro de Agricultura Miguel Arias Cañete como candidato, aspira uma pasta de peso, mas a possibilidade do ministro da Economia, Luis de Guindos, assumir no verão de 2015 a presidência do Eurogrupo, assim como seus polêmicos comentários sobre a “superioridade” intelectual masculina, poderiam prejudicar seus interesses.

“O candidato é Arias Cañete”, sublinharam no sábado fontes do governo espanhol.

A configuração da Comissão que será presidida por Juncker estará marcada pela falta de mulheres candidatas à comissária europeia.

Contra seu desejo de contar com um “número suficiente” de representantes femininas, só quatro governos (Suécia, Bulgária, Itália e República Tcheca) postularam mulheres como única opção e um quinto, a Eslovênia, ofereceu a Juncker dois nomes femininos e um masculino.

A Bélgica, o único país não postulou um candidato, poderia optar pela democrata-cristã Marianne Thyssen.

A CE que será presidida pelo luxemburguês corre assim o perigo de retroceder à década dos anos 90 em equilíbrio de gênero.

Juncker, que pretende que sua equipe possa começar a funcionar em 1 de novembro, insistiu perante vários chefes de Estado e de governo sobre a necessidade de enviarem uma mulher a Bruxelas, e se seu pedido não surtir efeito, tratará de “compensar esta falta de equilíbrio de gênero na repartição de pastas”, segundo disse.

Se não houver novas candidatas, “as comissárias terão boas possibilidades de conseguir um importante cargo ou uma vice-presidência”, indicou o luxemburguês.

Se isto vai satisfazer o parlamento Europeu (PE) não se sabe. Por enquanto, os social-democratas como os liberais e os Verdes advertiram a Juncker e aos países que não aprovarão qualquer Comissão que não tenha pelo menos nove mulheres, o mesmo número que o atual Executivo comunitário.

A repartição de pastas é um delicado jogo de poder no qual estão incluídas outras questões como o peso econômico dos países, os equilíbrios geográficos e a idoneidade dos candidatos.

Alguns especialistas sugeriram organizar a equipe em “clusters”, ou seja, agrupar as pastas em áreas temáticas supervisadas por comissários sêniors que tenham um maior poder que o resto.

Mas Juncker “não gosta muito desta ideia”, segundo disse à Agência Efe um de seus colaboradores, e está estudando a possibilidade de nomear vice-presidentes sem uma pasta específica.

Os aspirantes devem contar com o respaldo da Eurocâmara, que os “examinará”, a princípio, entre 22 de setembro e 5 de outubro em uma série de audiências públicas nas comissões parlamentares competentes e depois terá que dar seu sinal verde em bloco ao novo Executivo em sessão plenária.

A oposição dos eurodeputados negou no passado as candidaturas da búlgara Rumiana Jeleva, que foi acusada de falta de transparência em sua declaração de interesses, e do italiano Rocco Buttiglione, por sua rejeição expressa ao homossexualismo.

Os candidatos contarão com um ou dois funcionários europeus a sua inteira disposição para preparar as audiências perante a Eurocâmara e poderão utilizar escritórios no edifício Charlemagne da Comissão. EFE

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