Comitê do Senado dos EUA aprova lei para construir oleoduto Keystone XL
Washington, 18 jun (EFE).- O Comitê de Energia e Recursos Naturais do Senado dos EUA aprovou nesta quarta-feira o polêmico oleoduto Keystone XL, desafiando a autoridade do presidente Barack Obama a respeito, que ainda não tomou uma decisão sobre sua construção.
Todos os republicanos no painel votaram a favor da construção do oleoduto, junto com a presidente do comitê, Mary Landrieu (Louisiana), e Joe Manchin (Virgínia Ocidental), dois democratas em cujos estados os assuntos energéticos são um tema fundamental.
O oleoduto Keystone é um projeto muito controverso que divide opiniões entre os que defendem que criaria postos de trabalho, na prática maioria dos republicanos, e os que se opõem a sua construção por seu potencial impacto meio ambiental, entre eles, parte da base democrata.
Apesar da aprovação de hoje, não se espera que o projeto de lei prospere porque é improvável que a maioria democrata o submeta a votação no plenário do Senado.
Obama, que tem a última palavra para autorizar ou não o projeto, alargou há vários meses o prazo que tinham várias agências federais para estudar as potenciais consequências da construção, o que causou revolta entre os conservadores.
“Eu gostaria que não estivéssemos aqui sentados anos depois para tomar uma decisão que deveria ter sido tomada por este governo”, disse a senadora pelo Alasca Lisa Murkowski, a republicana com mais categoria no comitê.
“Quando a Administração atrasa ou reverte um processo, o Congresso tem seu papel”, acrescentou a senadora.
“A realidade é que se este projeto for aprovado, terá que ser o Congresso quem o faça”, disse o senador republicano por Dakota do Norte John Hoeven, um dos patrocinadores do projeto de lei.
No entanto, um projeto similar ao aprovado e também impulsionado por Hoeven obteve o apoio do comitê a princípios de maio, mas o líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid, não o levou a consideração do plenário da câmara alta.
Precisamente após o apoio a esse texto por parte do comitê, Reid insinuou que deixava uma porta aberta à votação, que foi respondido imediatamente pela Casa Branca, solicitando aos senadores democratas que não o votassem para não “injetar” ao projeto uma aparência política.
“O presidente manteve durante muito tempo que é apropriado para um processo como este separar a política e que se trabalhe sobre isso desde o Departamento de Estado, que foi o caso” de outros projetos similares em anteriores governos de ambos partidos, insistiu então o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.
Pelo oleoduto seriam transportados cerca de 830 mil barris diários de petróleo cru sintético e betuminoso diluído desde as areias de Athabasca, na província canadense de Alberta, a diferentes lugares de EUA, incluindo refinarias em Illinois, o centro de distribuição petroleiro de Cushingm, em Oklahoma, e refinarias no Golfo de México. EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.