Comprador de imóveis poderá trocar de banco em busca de menores taxas

  • Por Jovem Pan
  • 22/03/2014 09h31
SÃO PAULO, SP, 19/03/2012, CLIMA TEMPO. O último dia do verão 2012 começou com céu aberto, mas com a temperatura na casa dos 17ºC, não há previsão de chuvas. Luiz Guarnieri/ Brazil Photo Press. Luiz Guarnieri/Brazil Photo Press/Folhapress Vista aérea da cidade de São Paulo

O Conselho Curador do FGTS autorizou o início do processo que entra em vigor em 5 de maio e permite a portabilidade do financiamento imobiliário. As dicas são pesquisar e discutir com o gerente do banco. A portabilidade poderá ser vantajosa para redução de juros, mas vale a pena negociar antes de fazer a troca. Os bancos públicos oferecem as melhores taxas que variam de 7% a 9% ao ano, enquanto os privados, de 10% a 12%.

 Em entrevista ao repórter Thiago Uberreich, o diretor de economia da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Roberto Vertamatti, acredita na ampliação da concorrência. Já o advogado especialista em direito imobiliário desconfia dos reais benefícios da medida. O vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, José Carlos Martins, enfatiza a importância da negociação.

Vertamatti explica que “essa portabilidade pode acontecer tanto de um banco público para um banco privado como vice-versa”. O diretor acredita que a medida pode aumentar a concorerência e forçar a queda de juros do financiamento imobiliário. Vertamatti questiona ainda se os bancos privados vão conseguir oferecer os mesmos juros das instituições públicas.

Mais desconfiado, Márcio Bueno, advogado especialista em direito imobiliário, desacredita que a medida não trará novos custos ao mutuário. “É otimo, se eles realmente baixarem os juros e não cobrarem taxas de tranferência”, ressalta. “Não acredito que isso ocorra com essa clareza”, preocupa-se Bueno. O advogado aos clientes “pechinchar” antes de trocar o financiamento imobiliário.

O vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, José Carlos Martins, concorda: é preciso negociar. Martins destaca o forte interesse da empresa em “fidelizar o seu cliente”, que ficará “15 anos, 20 anos, fazendo negócios com o banco”. “Ele (o banco) não vai querer, em hipótese alguma perder esse cliente”, completa. “Não tem nada melhor do que concorrência”, comemora Martins.

Uma pesquisa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção revela que a burocracia na hora de comprar um imóvel encarece o processo. O estudo, que leva em conta o Minha Casa Minha Vida, indica que o comprador pode pagar até 12% a mais do custo total.

Reportagem de Thiago Uberreich e Claudia Gouvêa. Edição das aspas para o site: Thiago Navarro.

 

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.