Computador e telefones de Nisman podem ter sido hackeados após morte
Buenos Aires, 1 mar (EFE).- Investigadores buscam determinar se os computadores e os telefones do promotor argentino Alberto Nisman, achado morto em janeiro, dias após denunciar a presidente Cristina Kirchner por suposto encobrimento de terroristas, foram hackeados após seu falecimento, informaram neste domingo os meios de comunicação locais.
A razão destas perícias são as dúvidas semeadas por testemunhas sobre a operação realizada na noite em que o corpo foi encontrado.
Nisman foi achado morto com um tiro na têmpora em seu domicílio de Buenos Aires em 18 de janeiro, horas antes de comparecer no Congresso para explicar a denúncia apresentada contra a presidente argentina, Cristina Kirchner, por suposto encobrimento de terroristas iranianos.
A ex-mulher do promotor, a juíza Sandra Arroyo Salgado, que intervém como querelante na causa da morte, solicitou que os cinco computadores e os celulares de Nisman sejam analisados para saber se alguém os usou quando o promotor já tinha morrido.
De acordo com os registros da empresa telefônica Claro, existe uma linha em nome de Nisman que seguiu em uso até 22 de janeiro e o celular que usou dias antes de sua morte para falar com suas secretárias registra movimentos posteriores a sua morte, embora estes podem ser relativos ao pacote de dados contratado, segundo o site “Infobae”.
“A denúncia tenta determinar a hora e data de acesso do computador e a existência de programas de acesso remoto, assim como identificar pastas de armazenamento na nuvem que podem conter registros informáticos de interesse nas datas solicitadas”, sustentou Salgado em declarações recolhidas pelo portal “Infobae”.
Nisman era o promotor especial da causa sobre o atentado contra uma instituição judia, que deixou 85 mortos em 1994.
Sua morte aconteceu quatro dias após denunciar a presidente argentina, Cristina Kirchner, e vários colaboradores, por suposto encobrimento aos suspeitos iranianos desse ataque.
Em sua casa havia documentação relativa à denúncia, já que o promotor tinha previsto comparecer no Congresso no dia seguinte de sua morte.
Essa denúncia de Nisman foi descartada na quinta-feira passada pelo juiz da causa, Daniel Rafecas, em um contundente decisão na qual afirmou que nenhuma das linhas de acusação do promotor “se sustenta minimamente”. EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.