Comunidade internacional reafirma em Londres seu compromisso com Afeganistão

  • Por Agencia EFE
  • 04/12/2014 19h31

Londres, 4 dez (EFE).- Representantes de mais de 50 países reunidos nesta quinta-feira em Londres reafirmaram seu compromisso com a transição política e econômica do Afeganistão semanas antes que a maioria das tropas internacionais se retirem do país após 13 anos de missão.

O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, afirmou que o Reino Unido “não abandonará” o Afeganistão depois de 31 de dezembro, enquanto o secretário de Estado americano, John Kerry, destacou que a comunidade internacional unida “pode escrever um futuro muito diferente para o país”.

O presidente do Afeganistão, Ashraf Gani, agradeceu aos países representados nesta reunião pelo “compromisso” que irá em favor da “segurança de todos”.

“Obrigado por seu voto de confiança no futuro do Afeganistão. Espero que com seu apoio alcançemos maior segurança para todos e alcançemos aquilo pelo que fizemos tantos sacrifícios, um Afeganistão estável e pacífico”, ressaltou Gani, que substituiu Hamid Karzai como chefe do Estado no final de setembro.

Desde então, o Afeganistão atravessa uma das ondas de violência mais graves dos últimos anos, além de profundos problemas econômicos.

“O caminho que temos pela frente não será fácil. Tenho um pouco de conhecimento sobre o que significa trabalhar em coalizão e o difícil que é tomar decisões de longo prazo no interesse nacional”, disse Cameron, que governa o Reino Unido em coalizão com os liberal-democratas.

Após as eleições de setembro no Afeganistão, Gani formou um Executivo de unidade no qual o chefe do governo é Abdullah Abdullah, que foi seu rival no pleito.

“Espero tê-los convencido que nossa visão é correta. Sabemos para onde vamos e como chegar ali”, afirmou o presidente afegão, que em seu primeiro dia de mandato assinou um acordo para que os Estados Unidos mantenham cerca de 10.000 soldados após o fim da missão internacional, que se dedicarão principalmente a trabalhos de formação das forças locais.

Além dos desafios de segurança, Afeganistão enfrenta uma crise institucional e econômica, motivo pelo qual Gani reivindicou aos países reunidos em Londres que reafirmem seus compromissos de ajuda financeira.

Nesse sentido, Kerry assinalou que a comunidade internacional “foi e deve seguir sendo generosa em suas obrigações financeiras”, ao mesmo tempo em que assegurou que os Estados Unidos continuarão “claramente investindo no crescimento do Afeganistão”.

Cameron ressaltou por sua parte que, uma vez que as tropas internacionais tenham saído do país, será necessário que os Estados mais ricos e as economias em desenvolvimento continuem prestando seu apoio.

“Não é só vital para o futuro do Afeganistão, mas é vital para a segurança de todos nós”, disse o premier conservador, que ressaltou que a ajuda para fomentar os investimentos privados é tão importante quanto o financiamento direto para projetos no país. EFE

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